Foto-A jornalista e escritora Priscilla Porto Crédito-Bruna-Santos - Nunca antes na história deste país... - ... imaginei que leria manchetes de jornal impresso como estas: “TRF mina candidatura e aproxima Lula da prisão”, traz a capa de O Tempo, de 25/01/18; e “Lula sofre derrota em 1ª tentativa de evitar a prisão”, também na capa de O Tempo, desta vez do último dia do mesmo mês. Impresso, porque cheguei a acreditar que, se algum político da categoria, do peso e da popularidade do ex-presidente Lula fosse algum dia condenado por corrupção, seria em uma era de mídia exclusivamente digital, com impresso extinto. (O que acredito que ainda vai demorar e muito para acontecer, se Deus quiser! E para o bem de nós leitores amantes do papel nas mãos e cheirinho singular de notícias...) E não é que eu realmente tenha algo contra Lula, como podem estar já imaginando os “petralhas”. “Quando querem transformar inteligência em traição?” Afinal, anseio pela condenação de Aécio Neves “igualmente” - assim como se procederam as prisões de Sérgio Cabral, Anthony Garotinho e Eduardo Cunha. “Temos tempo/ Chegou a hora/ E agora é aqui!” Isso porque creio que a condenação, em segunda instância, de um político da categoria, do peso e da popularidade de Lula, é uma vitória para o país: talvez, o Brasil ainda tenha jeito! E não é “jeitinho”: pois se roubou, se a corrupção foi ativa ou passiva, se o dinheiro foi lavado, se é alvo da Lava-Jato, tem que ser condenado, gente! Pois, “quando querem transformar... dignidade em doença”; não importa de qual partido o réu seja! Se incorreu em crime, por que não ser condenado, gente? Ou será que “querem transformar estupidez em recompensa”; ou será que querem “transformar inteligência em traição?” Pois a condenação deliberada pelos três desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no dia 24 de janeiro de 2018, vai além de uma pessoa, vai além de um político da categoria, do peso e da popularidade de Lula, vai além do posicionamento ou filiação partidária de cada um nós. A decisão pode estar sentenciando igualmente, além da corrupção, a cara-de-pau e a falta de vergonha na cara de cidadãos e brasileiros “como nós”, escolhidos por nós, mas que não nos representaram com decência - sejam eles os heróis dos “coxinhas” ou os heróis dos “petralhas”. “Seria o bem contra o mal?”/ E você de que lado está? Estou do lado do bem/ E você de que lado está? Estou do lado do bem/ Com a luz e com os anjos.” Porque se a primeira vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, nas eleições para Presidente do Brasil, em 2002, representou uma quebra de tradição nunca antes vista na história deste país, a decisão do tribunal de Porto Alegre, pode igualmente, representar algo nunca antes visto. E muito menos vislumbrado entre nós brasileiros, já descrentes de que políticos brasileiros seriam, algum dia, efetivamente condenados por corrupção - com direito a pena aumentada em segunda instância. E, talvez, nós brasileiros, já não tão descrentes, ainda estejamos em stand by, “quando querem transformar esperança em maldição?” Stand by pela incerteza certeza - devido a tantas décadas de impunidade - de que a sentença do papel se transfigurará em uma foto, também de jornal impresso, de um político da categoria, do peso e da popularidade de Lula, a caminho de uma prisão. Foto esta que poderá estampar páginas de nossos livros de história, para que as gerações futuras possam aprender que, a decisão unânime ocorrida no sul do país pode ter, na realidade, ultimado e profetizado, na época: - “Chega! O Brasil ainda tem jeito!” Porque já cantavam Dado Villa-Lobos e Renato Russo, em “1965 (Duas Tribos)”: “o Brasil é o país do futuro... o Brasil é o país do futuro... o Brasil é o país do futuro... o Brasil é o país!” Priscilla Porto, Jornalista e autora dos livros “As verdades que as mulheres não contam” e “Para alguém que amo – mensagens para uma pessoa especial”. Contato: [email protected]
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