Por Allan Almeida Jornalista Especialista em Comunicação estratégica e branding Desde que iniciei minha coluna neste espaço, em outubro passado, fico na expectativa de poder narrar com emoção os lances de uma partida, ou de uma sequência de jogos, uma contratação de peso da diretoria ou uma estratégia tática surpreendente. Confesso que está difícil isso. Talvez se tivesse arriscado escrever no biênio 2013/2014 seria mais feliz nas palavras. O Cruzeirão tipo exportação encantou o mundo com seu futebol brilhante em campo. Talvez se tivesse escrito sobre a orquestra de 2003, regida pelo maestro Alex, teria ganhado mais moral entre meus colegas de 6ª série. Ou se fosse nascido, poderia falar do título da Taça Brasil de 66 sobre o Santos de Pelé, da nossa primeira Libertadores em 76 e das conquistas seguintes. O parágrafo acima tem um tom saudosista. Na verdade é mais um desabafo. É revoltante ver o Cruzeiro, time acostumado a grandes duelos, a decisões nacionais e internacionais, vencer no sufoco o Tupi, time lanterna do Campeonato Estadual, em casa, com apoio de sua torcida. O pequeno público que foi ao Estádio apoiou o quanto pode. Mas não contagiou os atletas em campo. Pelo menos não o suficiente para furar a retranca da equipe de Juiz de Fora. Volto a destacar meu respeito aos times do interior mineiro. Sou inclusive torcedor carismático do Social e do Ipatinga, times da região onde nasci. Mas o nível do futebol e da estrutura do Maior de Minas é anos luz superior à do Tupi, do Tombense ou da URT, Times que nos deram trabalho em campo. Em três jogos, foram marcados apenas três gols. Há alguns Campeonatos Mineiros, fazíamos esse mesmo número de gols em um tempo de partida. Já venho afirmando desde o ano passado: Deivid não é o técnico que o Cruzeiro merece. Ao menos não é essa filosofia de trabalho que precisamos. Não adianta ir para a coletiva após o jogo, reclamar disso e daquilo se na partida seguinte voltam as mesmas falhas. Fico com a sensação de que na cabeça do treinador passa o seguinte: “jogamos mal, mas o que vale são os três pontos”. Isso é filosofia de time que está no campeonato para fazer figuração e se não for rebaixado tá no lucro. Não é a filosofia de um time acostumado com títulos, como o Cruzeiro. Embora tenha minhas desconfianças com o Deivid não torço por sua queda agora. Mudanças imediatas de comando podem atrapalhar mais. Acredito que ele possa mudar sua filosofia de jogo com as próximas partidas, estudando melhor sua forma de agir. Ele até tem boas peças em mãos, mas precisa mudar a forma de utilizá-las, de prepará-las. O atual plantel de atletas pode fazer muito mais do que está fazendo hoje. Assim como a história do Cruzeiro é muito maior que estamos vendo em campo atualmente.
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