Por Allan Almeida Jornalista Especialista em Comunicação estratégica e branding Não é de hoje que ouvimos que favoritismo não ganha jogo. Entrar em campo com o regulamento debaixo do braço, mesmo que este lhe assegure vantagens, pode ser uma atitude suicida. O oba oba de já ganhou pode virar uma frustração amarga para os torcedores. E é com esse gosto ácido na boca que saio do primeiro duelo contra o América, pelas semifinais do Campeonato Mineiro 2016. O Cruzeiro começou a partida parecendo não estar ligando para a vantagem nas fases finais da competição. Bastavam dois empates para garantir a chegada à final. A equipe foi ofensiva, partiu para cima da fraca defesa do América e chegou a abrir o marcador com Rafael Silva, mas o assistente assinalou impedimento. A equipe não desanimou até meados dos 30 minutos, quando tirou o pé do acelerador e passou a jogar no piloto automático. Começou a cometer erros grotescos, dando espaço para o América. E foi ai que surgiu o gol. Achei que a equipe voltaria mais aguerrida no segundo tempo, mas parecia ter jogado a toalha. Exemplo claro disso foram as mudanças feitas. Em uma equipe que precisa marcar gols para reverter o placar, o certo é ter seu ataque reforçado. Ao invés disso, o técnico Deivid troca Arrascaeta, meia de criação que estava em alta no jogo, por Pisano que entrou sem ritmo e tira o centroavante Rafael Silva para colocar Alano que joga mais recuado. O América cresceu em campo e chegou novamente ao gol. Nervoso, o Cruzeiro não mais criou e por pouco não tomou o terceiro gol, o que tornaria a situação ainda mais difícil para a partida do próximo domingo. A equipe cometeu vários pecados nessa partida. Acredito que o maior deles foi ter acreditado que bastaria administrar a vantagem dada pelo regulamento. Como o América foi sufocado pelo time azul no início da partida, os jogadores sentiram-se confiantes e diminuíram o ritmo. É assim que surgem as grandes surpresas. Foi assim que fomos surpreendidos pelo América. Ao contrário de boa parte dos jogadores em campo no sábado, eu não joguei a toalha. Acredito até o último minuto do segundo jogo que o resultado poderá ser revertido. Acredito também que o América, agora detentor da vantagem, não vá entrar em campo apenas querendo administrar o resultado. A segunda partida promete pegar fogo. E em nossa casa, vamos partir para cima do Coelho para chegarmos a mais uma decisão de Estadual.
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