Quem nunca teve um amigo que é/ foi mais do que um irmão? Aquele amigo confidente, companheiro fiel, que estava sempre ali, sempre solícito, nas horas alegres e tristes, pelo menos para um aconselhamento?
Esse tipo de amigo, uma de minhas leitoras teve o privilégio de ter ao seu lado. E, como ela mesma me falou “sinto muitas saudades Dele. Pena que ele se foi tão jovem!”
Todas as qualidades que descrevi acima resumem quem foi Thiago, amigo de Lourdes. Segundo Ela me falou Ele morava em Mariana e muito querido pelos que o conheciam. Era o tipo de pessoa que qualquer um gostaria de ter como amigo. Quem não queria um amigo assim, ainda mais nos dias de hoje?
Todos nós temos um amigo, ou amiga que não temos dúvidas que não nos decepcionará, nem nós a ele. Talvez, haja falhas. Mas quem nunca falhou, pelo menos uma vez nessa vida? Nesse caso, o escritor francês André Malraux ( 1901/1976) sentenciava: “a amizade não consiste em apoiar os amigos quando eles têm razão, mas quando erram”. Para isso existe o perdão. Perdoar é um exercício que, dependendo do caso, é difícil, mas com um pouquinho de esforço, entendimento e compreensão, vale a pena.
Sobre a amizade Sêneca (65 d.C.) já vaticinava: “não te interesses sobre a quantidade, mas sim sobre a qualidade dos vossos amigos”. Talvez, não atentamos para esse detalhe, mas, até as amizades passam por provas. Quantas vezes, percebemos que era só a gente que nutria uma amizade por alguém e essa amizade se perdeu no tempo?
Mas esse não era o caso da amizade que existia entre Lourdes e Thiago. Pelo que ela descreveu, era uma amizade pura, daquelas que deixam marcas no coração e se eternizam na memória.
Ela, ao contar sobre essa amizade, comove barbaridade, de tal forma que nos deixa pensativo sobre essa relação que faz parte do histórico de nossa existência; e que todo mundo necessita, pois sabemos que o ser humano é essencialmente social. Mesmo que muito se autodenominem “antissociais”. Ainda assim, precisa de um ombro amigo, de outro ser que lhe transmita confiança, fidelidade com o aval da reciprocidade.
Por outro lado, com sabemos, existem amizades que têm vida curta, que é como dizem “passam como chuvas de verão”. E, outras que chegam e ficam, enfim, que se estabelecem de um modo inexplicável, sublime. Essas são como pérolas que devemos conservar no estojo d’alma, pois elas não se diluem e resistem a todas as tempestades...
É desse naipe a amizade que brotou entre Lourdes e Thiago; tanto é que ela, ainda o lembra com ternura. Para sua tristeza Ele já se foi... Mas não sem deixar em seu coração a marca, o eflúvio de eternidade dessa relação inesquecível que viveram.
Laudate Dominum
"Coisas do Cotidiano"
Em "Coisas do Cotidiano", o escritor, poeta e graduando em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Antoniomar Lima, busca percorrer “esse espaço fronteiriço, entre a grandeza da história e a leveza atribuída à vida cotidiana”.
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