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Coisas do Cotidiano: Leia “O Tempo tem a Mágica”, por Antoniomar Lima

Em “Coisas do Cotidiano”, o escritor, poeta e graduado em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Antoniomar Lima, visa percorrer “esse espaço fronteiriço, entre a grandeza da história e a leveza atribuída à vida cotidiana.”

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Por Antoniomar Lima Publicado em 29/05/2024, 10:35 - Atualizado em 29/05/2024, 10:35
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Antoniomar Lima é graduado em Letras (licenciatura em Língua Portuguesa) pela UFOP e já publicou dois livros de poesias. Crédito — Arquivo pessoal. Siga no Google News

Cheguei nas Alterosas pelos idos de 87, rodei que nem pião, andei por lugares que não imaginei conhecer, mas hoje olhando pelo retrovisor do tempo reparo que foram deslocamentos necessários, os quais tive na medida do possível que me adaptar.

Não foi fácil - como a maioria das pessoas, não me deparei com facilidades durante o trajeto percorrido e o que ainda falta percorrer...

Apesar das atrapalhações, deslizes e insucessos, cheguei a conclusão de que todas essas coisas valeram a pena no que tange ao crescimento como ser humano.

Em surdina, o tempo tem a mágica - mesmo que não nos atentemos – de lapidar a personalidade. Pois, ao chegarmos ao mundo somos que nem folhas em branco que paulatinamente exigem de cada um o toque pessoal depois do espanto para a realidade e depois de tantas influências que vamos selecionando de acordo com a nossa vontade e aproveitamento até finalmente nos firmarmos em nossos próprios olhares e caminhos. Em síntese, até nos encontrarmos ou termos consciência dessa necessidade.

Sair pelo mundo com apenas 21 anos, com o olhar curioso, confiante que encontraria algo interessante e de duradouro encantamento. 

Peregrinei por diversas religiões e os que me viam nessa condição - é claro que compreendo! - não entendiam esse meu movimento. Entretanto, eu seguia querendo satisfazer minhas curiosidades de neófito diante do mundão e de jovem da minha saudosa época! O interessante é que a gente sempre acha que nossa época foi melhor que as anteriores e fica na dúvida se será mais que as vindouras. 

Tal impressão talvez não passe de álibi para nos sentirmos bem conosco diante das mazelas e do caos cotidiano que presenciamos. 

Não serei indelicado dizendo que a minha geração foi melhor, pois cada uma tem a sua significação e peculiaridade. 

Obviamente que sinto saudades, não propriamente da época que nasci, mas principalmente das pessoas que fizeram parte dela e que já partiram dessa para melhor.

Quando as suas imagens vêm à minha cabeça e ao meu coração só sinto gratidão por ter dado e merecido tantas companhias e afetos. 

Hoje, mais maduro, percebo que verdadeiramente vivemos numa imensa escola em que cada um tira o que melhor nos apraz. 

Sobretudo que saibamos adentrar nas searas que nos aprimorem e nos ajudem ser cada dia melhores, na construção dum mundo justo e feliz com os que estão ao nosso redor.

Laudate Dominum

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