Coisas do Cotidiano: Leia “Entre o Previsível e o Inesperado”, por Antoniomar Lima

Em “Coisas do Cotidiano”, o escritor, poeta e graduado em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Antoniomar Lima, visa percorrer “esse espaço fronteiriço, entre a grandeza da história e a leveza atribuída à vida cotidiana.”

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Por Antoniomar Lima Publicado em 14/03/2025, 10:14 - Atualizado em 14/03/2025, 10:14
Antoniomar Lima é graduado em Letras (licenciatura em Língua Portuguesa) pela UFOP e já publicou dois livros de poesias. Crédito — Arquivo pessoal. Siga no Google News

O poeta maranhense Ferreira Gullar (1930/2016) em seu discurso de posse na ABL disse que a sua vida era caracterizada, não pelo previsível, mas pelo inesperado. 

Assim, creio, ocorre com os cronistas que andam antenados com o cotidiano no intento de catar algum assunto presente, ou mesmo do passado para a exposição do seu pensamento. 

Às vezes, numa tentativa de mostrar outro caminho, outra visão que não conseguem ante algum evidente acontecimento hodierno.

Entre o previsível e o inesperado não há tão longa distância. O previsível é comum a todo mundo, sobretudo aos mais experientes, batidos pela inexorável poeira do caminho...

Por outro lado, o inesperado é uma esfinge que não sabemos quando desvendaremos o enigma que será apresentado diante de nossos olhos.

Pois vivemos num mundo dinâmico que tudo pode acontecer a qualquer hora e em qualquer lugar. 

E, seja lá o que possa vir a acontecer , antecipadamente, não podemos tirar a mais ínfima conclusão. 

Ainda segundo o bardo maranhense 'tomara que o inesperado seja uma coisa boa!'.

Por isso que, às vezes, questiono atuação dos adivinhos de plantão, pois, eles, pelo menos, tentam fazer previsões na vida de outrem, mas andam pelas ruas quase em completa miséria. Ou se não estão nesse estágio. Isto é, se apenas se vestem para enganar os desatentos, não digo que temos que tirar o chapéu, pois seria um acinte conosco mesmo fazer isso, mas reconhecer que são habilidosos numa tentativa vã de sensibilizar o coração, pelo menos da maioria dos transeuntes, ninguém pode negar. Mas cai na lábia quem quer, não é verdade?

Algum tempo atrás, no centro de Mariana, em cada esquina, tinha uma cigana à procura de mãos para prever o futuro, como viram que com tal subterfúgio não conseguiam arrancar dinheiro de ninguém, desapareceram do mapa, de repente.

Eu, pelo menos, fico conjecturando 'se eles não conseguem dar conta de, com as suas previsões, mudar a sua própria vida, eles conseguiram mudar as das outras pessoas? 

Fica o questionamento às leitoras e leitores do presente periódico nessa questão que todo mundo vê, mas ninguém toca no assunto. No meu entender, tal caso se encaixa em situações previsíveis. 

Em síntese, não temos que temer as coisas previsíveis, mas as inesperadas.  

Destas últimas, quem sabe, acertadamente, é só Deus que é onisciente,  e, mesmo assim, temos que nos contentar e compreender que não nos revelará o que encontraremos pela frente... 

Aliás, creio que é melhor assim, pois Ele sabe de todas as coisas.

Laudate Dominum

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