Coisas do Cotidiano: Leia “A Sucessão das Coisas”, por Antoniomar Lima
Em “Coisas do Cotidiano”, o escritor, poeta e graduado em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Antoniomar Lima, visa percorrer “esse espaço fronteiriço, entre a grandeza da história e a leveza atribuída à vida cotidiana.”
Vez por outra, faz-se necessário conhecer outros ares. Não me refiro a lugares distantes. Pode ser pelas adjacências da cidade onde residimos, as quais, não é difícil achar alguém que conheça apenas por ouvir falar.
Essa semana fiz isso. Aliás, até pernoitei. Nem sinal de internet tinha. Desliguei-me momentaneamente das notícias que ninguém precisa de bola de cristal para intuir. Salvo exceção, alguma inédita, impensada que surpreende - pois, a maioria é assim.
Apesar de ter sido por pouco tempo, valeu a pena o distanciamento da rotina diária. É como se tomássemos uma espécie de anestésico natural diante do espetáculo simples e deslumbrante do ecossistema.
Foram momentos passageiros? Foram, mas deu para aliviar um pouco a tensão do dia a dia.
Mas na minha volta para casa dei de cara com uns acontecimentos tristes e outros, no mínimo, bizarros. Os tristes foram o passamento de alguns amigos queridos e a repercussão da eutanásia a que foi submetido o poeta carioca Antonio Cicero em decorrência do mal de Alzheimer, aos 79 anos de idade; os bizarros foram uma mulher pelada no Palácio do Planalto querendo falar com o presidente Luís Inácio Lula da Silva e um morador de rua sendo retirado de uma árvore, na qual, construiu uma espécie de casa, na avenida do contorno em Belo Horizonte.
Há outros que eu poderia enumerar, mas a memória não me acudiu a contento, mas bastam esses para exemplificar e confirmar mais uma vez que as coisas se sucedem num piscar de olhos, que espantam os que seguem antenados com as reações humanas nos mais variados ângulos da existência.
Sabemos de casos de pessoas que por alguma razão se abstém de modo repentino e surpreendente da vida social. Isto é, optam por morar longe do burburinho das cidades grandes, em síntese, do convívio social.
Este último caso me faz recordar da célebre frase de Jean-Jacques Rousseau (1712/1778) “o homem nasce bom e a sociedade o corrompe. ”
Esses casos podem parecer normais, mas não deixam de ser impactantes, pois nos fazem repensar se estamos no caminho certo ou à revelia da própria sorte.
Laudate Dominum
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