Coisas do Cotidiano: Leia “Nostalgia”, por Antoniomar Lima

Em “Coisas do Cotidiano”, o escritor, poeta e graduado em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Antoniomar Lima, visa percorrer “esse espaço fronteiriço, entre a grandeza da história e a leveza atribuída à vida cotidiana.”

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Por Coisas do Cotidiano: Leia “Nostalgia”, por Antoniomar Lima Publicado em 23/04/2025, 15:35 - Atualizado em 23/04/2025, 15:35
Antoniomar Lima é graduado em Letras (licenciatura em Língua Portuguesa) pela UFOP e já publicou dois livros de poesias. Crédito — Arquivo pessoal. Siga no Google News

Vendo o desenrolar dos acontecimentos hodiernos, nós que somos remanescentes da geração passada, de certo modo, somos tomados pela nostalgia dos idos tempos em que vivíamos situações completamente diferentes.

Comumente quando alguém vem falar conosco – quando surge uma brecha -, num átimo, voltamos no tempo para recordar como as coisas aconteceram outrora. 

Tem coisas que os jovens nem acreditam que fora verdade, como por exemplo, namorar com a moça e ter os olhos de seus pais enfiados em nós, vigilantes; não falar palavrões; pedir bênção e beijar as mãos dos pais, na saída e na entrada, ter hora marcada para chegar em casa, etc.

Os da minha geração faziam tudo isso. Coisa que na geração atual é totalmente inexistente. 

Se  porventura, tiver algum remanescente, ou ainda, alguém que assimilou o quão é importante cultivar os bons costumes, tal sinaliza que seria de bom grado que houvesse continuação, pois o que presenciamos é a malcriação, a falta de educação que, para o mal dos pecados, estão se tornando situações corriqueiras. Qualquer coisa é motivo de brigas, processos e coisas do gênero. 

A impressão que se tem é que vivemos num tempo sem leis e costumes, de desmemória ou amnésia que entristece.  

Não é à toa que, vez por outra, a nostalgia chega, sorrateiramente, e nos faz recordar desse tempo que a geração posteriormente simplesmente ignorou e vive sem a mínima preocupação de saber como eram. 

Diante disso, podemos inferir várias possibilidades, entre as quais, não terem levados a sério valores que poderiam ser aproveitados, ou, talvez, quiseram fazer um teste, tentar uma inovação diante dos novos tempos: ou, quem sabe, ignorar de forma consciente, correndo os riscos da mal sucessão; ou não terem tido a habilidade de assimilar suas nuances paulatinamente, como gotas e gotas até a sua instalação de modo sensato e salutar. 

Não podemos negar que ainda há vestígio dos bons costumes que ocasionalmente reivindicam atuação, não com a mesma força, mas ainda pode-se perceber esse movimento, mesmo tenuamente, tímida.

Será que as baixas entre os jovens são uma consequência do menosprezo aos bons costumes?

Laudate Dominum

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