Coisas do Cotidiano: Leia “Lá Como Aqui”, por Antoniomar Lima
Em “Coisas do Cotidiano”, o escritor, poeta e graduado em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Antoniomar Lima, visa percorrer “esse espaço fronteiriço, entre a grandeza da história e a leveza atribuída à vida cotidiana.”
Vez por outra, ouvimos alguém falar que na Europa tem tal país de lugares assim e assado, que a vida lá é muito melhor etecetera e tal. Não podemos negar que existam tais lugares que proporcionam uma vida mais confortável e segura financeiramente.
Entretanto, não podemos esquecer que cada lugar tem as suas peculiaridades, belezas e atrações, senão não moraria ninguém, é lógico.
Mas não é difícil achar alguém tem que a mania de sabotar o próprio país de nascimento, que se resume em detratar, falar mal e coisas do gênero, com intenção de exaltar a terra alheia, tendo uma visão de terra prometida que, muitas vezes, não passa de miragens no deserto.
Lá – seja onde for – como aqui, reúne, ou tem as condições, ou se não tiver, criamos, que necessitamos para sobreviver.
Por outro lado, não deixa de haver um leque de opções que, quem sabe, poderemos um dia conhecer ou mesmo passar um tempo trabalhando para juntar um troco que, talvez, possa dar para comprarmos uma casa, ou mesmo arrumar alguma que já temos, ou mesmo abrirmos um negócio próprio, como é o desejo de muita gente.
Claro que o ideal seria que fôssemos apenas passear, fazer um tour por nossa própria conta e depois voltarmos para nossa terra. Afinal de contas, o mundo está aí a disposição de qualquer pessoa que tenha condições de explorá-lo, de conhecê-lo com suas miríades de tradições e costumes espalhadas por toda parte, sejam estes linguísticos, folclóricos, literários e outras vertentes que não me acodem, neste momento, na feitura dessa crônica, mas que as leitoras e leitores podem opinar ou supor.
Na verdade, o objetivo da presente crônica é tentar entender, fazer uma reflexão do porquê ainda alimentamos o complexo de vira-latas. Isto é, valorizamos mais as coisas de fora, do estrangeiro, supondo que elas são melhores do que as da nossa terra, como se não tivéssemos capacidade de produzir algo igual ou mesmo melhor.
Esquecemos que em terra tupiniquim nasceram grandes inventores e personalidades entre os quais, Santos Dumont, o pai da aviação, Machado de Assis, mesmo tardiamente, mas que hoje tem seu nome na galeria dos grandes escritores universais; no futebol, Edson Arantes do Nascimento, o rei Pelé, conhecido em todos os cantos do mundo; Ivo Pitanguy, o melhor cirurgião plástico que o mundo já conheceu.
Vários outros nomes poderiam ser citados, nomes significativos para atestar nossa capacidade, pois sabemos que não existe - pelo menos na terra -, autossuficiência. Isto é, um país que se sustente sozinho, que produza tudo que precisa e que não dependa dos outros.
Numa terra que teve os nomes referidos acima, não podemos ter dúvidas da nossa capacidade de produção.
E olha, que não me referi a outras áreas importantíssimas como as da alimentação: agricultura, pecuária, aviária, etc e tal.
Para não alongarmos essa crônica ficarei por aqui dizendo o seguinte: o ser humano é capaz de inventar qualquer coisa que quiser, em qualquer parte do mundo. E o Brasil não é diferente do resto do mundo, só precisamos extirpar de uma vez por todas o complexo de vira-latas que ainda assombra a cabeça de muita gente em terras tupiniquim.
Laudate Dominum
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