Estamos diante, mais uma vez, de um ano novo, no caso 2022. A cada ano somos desafiados, digamos assim, pela busca do novo. Aí surge outra questão: o que é algo novo para cada um de nós, além dos algarismos que se sucedem a cada ano? Há um só novo, ou na verdade, existem muitos novos? Digo isso devido às visões e aos gostos etc. e tal, que são inumeráveis e variadas. Uma coisa é unânime: os algarismos são os mesmos para todos, querendo ou não.
O novo vem sempre escoltado pela esperança – não a esperança de só esperar, simplesmente – mas a de lutar para que o novo, de fato, seja uma realidade para nós e que estejamos preparados para o seu estabelecimento. Aludo ao novo coletivo. Se bem que o novo, às vezes, parte de uma ideia, de uma invenção individual e, dependendo da aceitação e abrangência acaba por beneficiar grande parte da massa humana.
Se tem uma coisa que eu tenho plena convicção é que não devemos esperar pelo novo, antes devemos buscá-lo dentro de nós. Não apenas alimentar a ilusão de que ele venha, mas a fé, a certeza que ele é palpável, possível, como a vida em si que se recria como para recompor o que deixou saudade.
Assim é desde o começo da humanidade: temos sede do novo que parece que já veio adaptado ao nosso ser, ao nosso subconsciente.
Enfim, é o desconhecido cravejado de mistérios que nos desafia a cada mudança nos algarismos do calendário.
O novo não pode ser encarado como um sonho utópico. Talvez, não consigamos fazer desse mundo um paraíso como pregam algumas religiões, filosofias, poesias, romances e vários outros gêneros. Mas o que pode nos impedir de tentar alcançar esse mundo mágico?
Algo que não sabemos explicar, que pulsa em nosso ser nos diz que esse mundo existe e que é perfeitamente possível, se houver, é claro, a boa vontade dos homens de boa vontade. Afinal de contas, o mundo, a terra é o nosso lar. É dele que tiramos o que precisamos para que a vida tenha continuidade...
Enfim, que o novo, de fato, se materialize e que possamos desfrutá-lo com sabedoria e bom senso para que possamos seguir a nossa caminhada rumo ao estabelecimento ou resgate de um mundo digno e humano para todos, sem exceção.
Laudate Dominum
“Coisas do Cotidiano”
Em “Coisas do Cotidiano”, o escritor, poeta e graduando em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Antoniomar Lima, busca percorrer “esse espaço fronteiriço, entre a grandeza da história e a leveza atribuída à vida cotidiana”.
Deixar Um Comentário