Se tem algo que nós, seres humanos, de carne e osso, ao nascermos, não trouxemos e, assim vai até o término de nossos dias, esta, sem dúvidas, é a fórmula adequada, absoluta, para lidarmos com as mudanças.
Presumimos que sabemos de alguma coisa, mas derrapamos quando elas vão se sucedendo e se diluindo diante de nossos olhos, pois, elas chegam de supetão, pegando-nos, como dizem, de calças curtas diante da realidade.
Não me refiro apenas às mudanças externas, pois estas fogem ao nosso controle por envolver coisas que vão além de nossas forças. E as internas que vão, em surdina, se operando em nosso íntimo?
Quando caímos na real, muitas vezes, nos sentimos ilhados. Há mudanças que são peremptoriamente irreversíveis. Alguém pode perguntar: “e qual é a solução para lidarmos com essas transformações?”.
Termos consciência de que não estamos preparados, prontos, já é um bom começo.
Na verdade, é um processo que não para, pois, paulatinamente vamos aprendendo a lidar com as nuances da existência, tentando sofrer o menos possível diante dos espasmos do imponderável tempo.
Diante disso, não podemos tirar outra conclusão, a não ser a de que somos aprendizes e que jamais deixaremos de sê-lo, pois se supormos que já não precisamos aprender mais nada certamente a vida em si perderá a graça, o sentido.
Não possuímos super-poderes, a vida não é ficção, ela precisa ser vivida do que jeito que ela é, com seus absurdos e contradições.
Há um ditado que diz que “quem foge da verdade uma vez, ela fugirá todas às vezes”.
Precisamos, cada dia, reinventar a vida, nos evadirmos da mesmice para que novas luzes possam estar ao nosso alcance, luzes que nos tornem mais humanos, mais compreensíveis e menos distantes uns dos outros.
E que nessa reinvenção o individualismo não atrapalhe o anseio maior de construirmos um mundo onde reine a paz, a harmonia entre todos os seres viventes, pois, querendo ou não, somos iguais quando falamos de seres humanos, de carne e osso. E não esqueçamos que é na diferença que cotidianamente temos que buscar a unidade para que as mudanças sejam duradouras e consistentes.
Laudate Dominum
“Coisas do Cotidiano”
Em “Coisas do Cotidiano”, o escritor, poeta e graduando em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Antoniomar Lima, visa percorrer “esse espaço fronteiriço, entre a grandeza da história e a leveza atribuída à vida cotidiana.”
Muito interessante, concordo plenamente com sua visão, temos mesmo que fazer com que o nosso cotidiano seja leve e prazeroso.