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Cantora sertaneja reacende discussão sobre relacionamentos doentios

Dupla de Maraísa tem demonstrado sucessivas inseguranças e tentativa de controle. "O ciúme patológico costuma ser manifestado por personalidades mais propensas a isso, como as impulsivas e inseguras", diz o psicólogo Luiz Guilherme Pinto.

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Por João Paulo Silva Publicado em 26/04/2019, 16:17 - Atualizado em 04/07/2019, 23:09

Foto-Dupla sertaneja Maiara e Maraísa
Crédito-Reprodução/Facebook

O atual casal mais querido do universo sertanejo (Maiara, dupla de Maraísa, e Fernando, parceiro de Sorocaba), que não esconde que estão vivendo uma intensa paixão, tem chamado bastante atenção nas mídias sociais. No caso, a faceta ciumenta da cantora, que chegou a pedir através de stories do Instagram que o cantor Leonardo, que se apresentou na festa de aniversário do amado, não levasse suas bailarinas (conhecidas por serem estonteantes). Voltou atrás e até dançou com as meninas no palco na última segunda-feira (22), mas não foi a primeira vez que a jovem demonstrou ter ciúmes do namorado.

No início do mês, o sertanejo fez um print de uma videochamada com ela e questionou os fãs: “Será que só está me assistindo trabalhar ou me vigiando às 05h26 da manhã?”. A enquete, mesmo que de brincadeira, contou com 69% dos seguidores respondendo que a cantora estava o espiando.

Maiara, que ao lado de sua irmã gêmea, alcançou o topo das paradas de sucesso com o hit “Medo Bobo” poderia muito bem justificar seu comportamento com trechos da canção “Medo de Amar”, de Vinicius de Moraes, que diz “que o ciúme é o perfume do amor”, mas ciúmes em excesso é opressivo e faz com que os relacionamentos se abalem.

“Existe um tipo de ciúme que pode ser bom para a relação, que dá até uma “apimentada”, um sentimento de bem querer um pelo outro, de querer tomar conta de uma maneira saudável da vida do parceiro, de importância. Mas o limite é muito sutil e depende das pessoas que estão se relacionando – situações de ciúme patológico costumam ser despertadas e manifestadas por personalidades mais propensas a isso, como as impulsivas e inseguras”, diz o psicólogo Luiz Guilherme Pinto. Ele também sinaliza que, além da predisposição de personalidade, existe a indução do ciúme por substâncias químicas como o álcool.

Estabelecer limites nos relacionamentos e fazer acordos de boa convivência são atitudes saudáveis. Servem para unir as pessoas, a falta deles é que afeta e afasta os casais.

“Minha experiência mostra que tanto homens quanto mulheres sofrem por ciúmes, mas a mulher parece, em sua maioria, verbalizar mais abertamente sobre essa emoção”, conta a psicóloga Mariane Caiado, que também adverte: “O ciúme nunca poderá ser um sentimento considerado bom se ele gera qualquer tipo de sofrimento. É derivado do medo de perder, natural de quem ama, mas quando é acionado por pensamentos fantasiosos e suas consequências causam desconforto emocional para um ou ambos ou resulta em violência na relação, ele passa a ser considerado doentio.”

O ciclo de violência entre casais que vivem relacionamentos adoecidos por ciúmes infundados, irracionais e descontextualizados costuma seguir a tríade agressão, perdão e reconciliação, que se alternam e mostram que os laços amorosos podem ser mais poderosos que a violência. Desta forma, muitos casais se mantêm unidos por anos e muitas vezes por uma vida toda.

A psicóloga sistêmica Teresa Raquel Brito alerta que há muitas pessoas que confundem ciúmes com controle: “Precisam ter o controle de tudo a sua volta para se sentirem seguras. Naturalmente acreditam que se o parceiro não as controlarem também é sinal de que não as amam. Isso leva o relacionamento a um ciclo de comportamentos abusivos, pois na forma de controle não se estabelece fronteiras e limites. Não há mais o respeito pela individualidade do outro. O parceiro adoecido pelo controle age na tentativa de viver a vida do outro e termina não permitindo que seu par viva a própria vida. Se torna uma “bola de neve” onde quanto mais se cede mais se quer. O final disso pode ser trágico.”

A insegurança de Maiara foi exposta por ela mesma, que “passou recibo” expondo-a abertamente, e o que seus fãs e a torcida pelo casal esperam é que estas atitudes não passem de brincadeiras e que evoluam, no máximo, para um dueto do casal cantando “Ciúme”, do Ultraje a Rigor, com roupagem sertaneja.

Teste: Você é uma mulher que ama demais?

1. Você se torna obsessiva nos relacionamentos? 2. Liga várias vezes para seus relacionamentos para saber com quem estão? 3. Desconfia de seus relacionamentos procurando por indícios de mulheres nos pertences de seu parceiro? 4. Olha a todo instante para o celular para saber se há alguma ligação de seu parceiro? 5. Culpa e acusa seus relacionamentos da infelicidade de sua vida? 6. Procura apenas agradar aos seus relacionamentos e esquece-se de si mesma? 7. Vê o alcance do problema 8. Mente para disfarçar o que ocorre na relação? 9. Evita as pessoas para ocultar os seus problemas? 9. Repete atitudes para controlar a relação? 10. Sofre acidentes devido à distração? 11. Sofre mudanças de humor inexplicáveis? 12. Pratica atos irracionais? 13. Tem ataques de ira, depressão, culpa ou ressentimento? 14. Tem ataques de violência? 15. Sente ódio de si mesma e se autojustifica? 16. Sofre doenças físicas devido a enfermidades produzidas por estresse? 17. Sente-se incompreendida por todos? 18. Não consegue se divertir sem a presença de seu parceiro? 19. Sente-se exausta ao assumir mais responsabilidades num relacionamento?

Quem responde afirmativamente mais de 3 perguntas pode estar se prejudicando mais do que se beneficiando com um relacionamento amoroso. Se respondeu sim a muitas, possivelmente sofre de algum tipo de dependência emocional. (Fonte: Mulheres Que Amam Demais Anônimas).

No Estado de Minas Gerais há grupos de MADA em mais de cinco municípios. As reuniões são gratuitas. Mais informações em www.grupomadabrasil.com.br.

 

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