Leia “Sensibilidade”, na Coluna Valdete Braga

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Por JornalVozAtiva.com Publicado em 29/01/2018, 12:17 - Atualizado em 22/02/2021, 15:28
Descobri que sou uma pessoa antiquada. Más respostas me machucam, se alguém que considero me trata mal fico mal, e, pior, ainda conservo em mim o mais antiquado dos sentimentos: a dita sensibilidade. Sou quase uma aberração. Vivemos em um mundo em que sensibilidade virou sinônimo de fraqueza, quando na verdade uma coisa não tem nada a ver com a outra. Quando o ego entra em cena, a coisa fica mais assustadora ainda. Na ânsia de querer ser o melhor, o mais correto, o mais bondoso, a pessoa se esquece de que outros também podem ser tudo isto. Às vezes até mais, mas cada um só enxerga a si mesmo, e não dá a mínima aos sentimentos dos outros. Ando cansada de pessoas que falam o que lhes vêem à mente, mesmo que suas palavras firam. Ando cansada de ser ferida por palavras. Isso dói. Sensibilidade não é fraqueza e ser forte não significa ignorar o outro e viver só para si. Como podemos nos enganar com as pessoas! Só conhecemos verdadeiramente o ser humano com a convivência e estou a cada dia me decepcionando mais. Palavras machucam e as pessoas cada vez mais perdem a noção disto. Vão falando, dentro do jargão “falar primeiro e pensar depois” (isto quando pensam) e o mais triste nisto tudo é que não se dão conta do quanto podem estar magoando alguém neste “não pensar”. “Depois” pode ser tarde demais. Eu, sinceramente, estou cansada. Não acho que sensibilidade seja frescura nem fraqueza. Não preciso de pessoas que ferem. Preciso de pessoas que acrescentam (ainda existem, graças a Deus). Não preciso e nem quero esta “fortaleza” que machuca o outro de cima do pedestal de sua “superioridade”. Não, isto não é para mim. Não quero ao meu lado pessoas perfeitas. Quero pessoas humanas. Até porque as perfeitas são demais para mim. Não sou “digna” delas, porque estou muito longe da perfeição. Se para isto preciso abrir mão da minha sensibilidade, prefiro abrir mão das pessoas. As duas opções são terríveis, mas escolho a segunda, porque a sensibilidade faz parte de mim, da minha essência. Se tiver vontade de rir, vou rir. Se tiver vontade de chorar, vou chorar, e isto não me faz melhor nem pior do que ninguém. E é exatamente a minha sensibilidade antiquada e obsoleta que me ensina a não fazer com outras pessoas o que estas fazem comigo. E assim ela me ajuda a seguir a vida, tentando não machucar ninguém sem necessidade.  

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