Leia “Recomeço” na Coluna Valdete Braga

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Por Tino Ansaloni Publicado em 17/07/2017, 21:58 - Atualizado em 22/02/2021, 15:28
Difícil encontrar alguém que nunca tenha precisado recomeçar. Uma, duas, três, dez vezes. Às vezes me parece que a vida é um eterno recomeço. Não existe idade, condição econômica ou social, escolaridade... Não depende de fatores externos. Quando chega a hora, a mudança é interior. O nosso objetivo no planeta é evolução, e, para isto, estamos em constante mutação. Recomeçar é difícil e dói, porque para um novo começo é preciso antes um final, e, salvo exceções, o adeus é triste. Terminar um ciclo, mesmo que seja necessário, significa deixar para trás um pouco de nós. Dizer adeus a pessoas ou situações que, se fizeram parte de nossa vida, foram importantes. Pessoas mudam, situações mudam, o que era ontem hoje não é mais e o que é hoje pode não ser mais amanhã. E nestas mudanças impostas pela vida, precisamos mudar junto, ou ficaremos estagnados. Sinceramente, não sei se isto é bom ou ruim, mas, indiscutivelmente, é necessário. Quando nosso recomeço se deve a um fator material, é mais fácil aceitar. Quando é provocado por um ou mais seres humanos, fica difícil e doloroso. Pessoas podem nos levar a este recomeço, na maioria, pessoas bem próximas. Os motivos são os mais variados, e alguns podem ser bem mesquinhos. Só conhecemos as pessoas com a convivência. E como nos enganamos com o ser humano! Quantas vezes temos uma impressão sobre alguém e com o tempo descobrimos que não é nada daquilo que pensamos. Ganância, orgulho, preconceito, vamos descobrindo aos poucos que aquela pessoa cujo lado bom conhecíamos, tem um outro lado, com o qual não somos capazes de conviver. E é neste ponto que precisamos recomeçar. É quando torna-se necessário o afastamento, aquele adeus sem palavras que tanto dói. Obviamente, ninguém tem só qualidades. A nossa condição é de seres humanos imperfeitos e é claro que todos temos defeitos. Não temos o direito de exigir perfeição de ninguém porque não somos, nenhum de nós, perfeitos. Mas temos o direito de nos decepcionarmos quando deparamos com uma mudança em alguém que pensávamos fosse diferente. Não porque exigimos desta pessoa perfeição, mas porque, dentro de sua imperfeição, ela extrapolou o mínimo que se espera de uma pessoa próxima, principalmente se for considerada amiga: coerência. Na falta desta coerência, não nos resta outro caminho: recomeçar, em outras bases, ainda que doa.

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