Leia, na Coluna Valdete Braga, “Meu vereador, meu bairro”.

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Por Tino Ansaloni Publicado em 30/08/2016, 09:04 - Atualizado em 22/02/2021, 15:28
Por Valdete Braga Conversávamos, um grupo de amigos, sobre em quem votar e em quem não votar para o legislativo. Alguns com seus candidatos já definidos, outros ainda em dúvida, a conversa seguiu animada até que um dos interlocutores disse em quem iria votar, e outro repreendeu-o veementemente: “não acredito que você vai votar no fulano, e não em um candidato do nosso bairro” (Os dois são vizinhos). O primeiro explicou as suas razões e argumentou que não se sentia obrigado a votar “por bairro”, e sim pelas suas idéias e convicções políticas. O segundo defendia que um candidato do bairro seria melhor para trabalhar pelo que o bairro precisa. Houve um pequeno desentendimento (não briga) super comum neste tipo de discussão e no final, também como é comum, cada um ficou com a sua opinião, sem maiores celeumas. Concordo com o primeiro. Na verdade, os quinze vereadores que ocuparem as cadeiras da Câmara Municipal, assim como os quinze que as ocupam hoje, são todos representantes de todos os bairros. Eles representam o povo, e o povo mora na cidade inteira. Seria diferente se os edis fossem escolhidos por bairros. Mas aí quantos vereadores a Câmara teria? Quantos bairros tem nossa cidade? E os distritos? Que loucura seria um vereador para o centro, um para cada bairro e um para cada distrito! Logicamente, esta é uma idéia esdrúxula, apenas para exemplificar a frase acima. Se todos os vereadores são representantes de toda a cidade ( e o são, ou pelo menos deveriam ser) não vejo muito sentido nesta “obrigação” em votar no vereador do meu bairro. Se coincidir que aquele com quem eu mais me identifique, em quem eu acredito, e cujas propostas me pareçam as melhores, morar no meu bairro, ótimo, ele terá o meu voto. Mas se eu encontrar estas qualidades em um candidato ou candidata de outro bairro, do centro ou de um distrito, é dele que o meu voto será. Porque ao ser eleito, assim como o prefeito se torna o prefeito da cidade, os vereadores também se tornam vereadores da cidade e não do seu bairro. Todos, absolutamente todos, que ocuparem uma cadeira no legislativo municipal serão representantes do meu bairro. E do seu. E de todos. Sem esquecer, é claro, dos distritos. Da mesma forma, tendo eu votado nele ou não, ele é meu representante. Tendo você votado nele ou não, é seu representante também. Com ou sem o meu ou o seu voto, foi eleito democraticamente, pela maioria. Campanha é uma coisa. Na campanha ouve-se muito, o “meu vereador”, o “meu prefeito”. Faz parte e democracia é isto, cada um tem o direito de escolher e fazer campanha para “o seu”. Passadas as eleições e escolhidos os representantes, a coisa muda. Não existe mais “meu” ou “seu”, todos são de todos. Todos são da cidade. Ou, pelo menos, deveriam ser. Não acho certa a fala do meu amigo que “o vereador do nosso bairro seria melhor para trabalhar pelo que o bairro precisa”. Pode até funcionar assim, mas certo não é. Certo seria todos trabalharem pelo que a cidade precisa. Independente de onde foi mais ou menos votado. Independente do bairro em que nasceu. Elegemos representantes para a cidade, o que inclui centro, todos os bairros, e todos os distritos. Esperamos que todos trabalhem por todos.  

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