Leia “Meu Anjo”, na Coluna Valdete Braga

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Por Tino Ansaloni Publicado em 14/04/2016, 10:38 - Atualizado em 14/04/2016, 10:41
Po Valdete Braga Conto o milagre sem contar os santos, porque o que importa é o fato em si, e que sirva de lição para quem ainda acredita em promessas de políticos. Logicamente há exceções, como tudo na vida. Nunca generalizo nada, e dizer que nenhum político cumpre o que promete seria generalizar. Existem os que têm palavra, sim. Mas infelizmente, e friso infelizmente, são minoria. Uma amiga fez um acordo com um político. Coincidentemente, eu teria um encontro com ele, por questões profissionais. Como ela estava muito ocupada no dia da reunião, pediu-me que levasse para ele o material sobre o qual já tinham conversado. Ele recebeu-me muito bem, foi super simpático (ah, políticos que fazem parte da maioria...) e quando eu disse o nome da pessoa, teve uma expressão de espanto. Falei que ela disse que já tinha conversado com ele e me pediu apenas para entregar o material. O político olhou para mim e respondeu, literalmente: “- Ô meu anjo, eu não me lembro.” Respirei fundo e pedi a ele que ligasse para a pessoa, porque ela estava aguardando uma resposta, e não resisti a um comentário irônico: “o telefone dela está no documento. Por favor, ligue para ela. Quem sabe quando conversarem você se lembra?” Terminei o que tinha para fazer, despedi-me e fui embora. Fui andando, porque, como anjo, devo ser filhote, já que as asas ainda não nasceram, então não tinha como voar. Há pessoas que possuem a arte da sedução, e nisto políticos (novamente sem generalizar) são expert. Seja qual tenha sido o acordo entre os dois, o sujeito dizer que não se lembra é demais, mesmo que o faça para um “anjo”, no caso, eu. Poderia ter dado uma olhada no material, ou despistado com um simples “obrigado” e depois ligado para a pessoa, sem precisar de sugestão para “lembrar-se” do que se tratava. É de se entender que, dependendo das atividades que se tenha, sendo político ou não, não dê para a pessoa lembrar-se de tudo, mesmo. Pode acontecer com qualquer um; mas se a pessoa se compromete e não se lembra, deve, no mínimo, se interessar em saber o que é. Como o assunto não era meu, deixei o envelope e não rendi assunto, mas que foi, no mínimo, indelicado, isso foi. Até para os ouvidos de um “anjo”.

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