Allan Almeida O Brasileirão vai chegando à reta final e as coisas começam a se definir: a briga pelo título se afunila, a luta contra o rebaixamento torna-se mais intensa, os dedos das mãos começam a sangrar. Não há mais unhas para roer. A cada rodada que passa, ficam mais cabelos espalhados pelo sofá e pelo chão da minha casa do que plantados no meu couro cabeludo. Tirando os exageros descritos acima – na minha casa nem existe sofá – essa é a angústia do torcedor que, assim como eu, não vê a hora do Brasileirão acabar, ou ter um desfecho. Nos dois últimos anos, não precisei ver a competição chegar à 38ª rodada para soltar o grito de campeão. Este ano, espero que não seja diferente. Porém, o grito que não vejo a hora de ecoar por toda a vizinhança é outro. É o de Ufa! A ansiedade pelo término do campeonato fica mais intensa a cada expulsão infantil de atletas do time estrelado, a cada pênalti não marcado, a cada gol perdido, a cada empate em casa nos jogos com potencial de vitória enorme – e nem estou me dirigindo diretamente ao jogo contra o Grêmio, do último domingo. Empatar em casa com um time que briga pelo título – mesmo esse time não criando nada em campo – é uma coisa. Empatar em casa com Ponte Preta, Avaí e Vasco que não têm pretensões nenhuma nesse Brasileirão é bem diferente. Perder para Chapecoense então, melhor nem comentar. Sabe aquela frase “isso vai me fazer falta no futuro”? Pois é. Esta é o nosso dilema. Nos dois últimos anos, eu fiz contas para saber quantos pontos eram necessários para não ser mais alcançado pelo segundo colocado. Este ano, minhas contas são sobre quanto falta para se chegar aos 45 pontos, número dito pelos matemáticos como mínimo necessário para se manter na primeira divisão. Faltam oito pontos. Tenho convicção de que isso não demorará muito a ocorrer. Tomara, viu. Já não agüento mais juntar meus cabelos espalhados pela casa, a cada partida do time celeste.
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