Coisas do Cotidiano: Leia “Conselho de Machado de Assis”, por Antoniomar Lima
Em “Coisas do Cotidiano”, o escritor, poeta e graduado em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Antoniomar Lima, visa percorrer “esse espaço fronteiriço, entre a grandeza da história e a leveza atribuída à vida cotidiana.”
Raramente falo de política, mas se houver necessidade, obviamente que falarei. Aliás, já tem muitos periódicos tratando desse assunto.
A tentação, às vezes, beira o insuportável, afinal de contas, fazemos parte do imenso contingente que contribui com o erário público e que nos dá o direito de nos expressarmos contra ou a favor de seu uso, mesmo que na prática não faça a menor diferença.
Falei numa crônica passada que a Câmara Municipal da Cidade Histórica de Mariana, a primaz de Minas, não terá durante os próximos quatro anos uma representante feminina.
O que terá acontecido? Não creio que houve desinteresse por parte delas. Será que as suas campanhas não convenceram? Talvez, seja uma série de fatores que fez com que não tivessem êxito, entre estes, penso que o econômico pesou mais.
Um leitor do presente periódico e amigo, entusiasta quando o assunto é política que, aliás, se candidatou, mas não foi bem-sucedido, disse-me assim que soube do resultado da eleição que ‘uma casa que se preza tem que ter a presença feminina e, em se tratando da casa de leis, aí que deveria ter mesmo’.
De certo modo, concordo com ele, fazendo algumas ponderações, é claro. Disse-lhe que ‘não poderíamos esquecer dos tempos em que as mulheres viviam obrigadas ao ostracismo; ideologicamente, à margem da sociedade, que só com o passar do tempo estão paulatinamente alçando voos maiores, lutando pelo seu lugar ao sol - por direito, é claro! – em diversos lugares da sociedade moderna.
Tem algo que, por mais esforço que eu faça, definitivamente não consigo entender: se as mulheres são em maior número – pelo menos, consta nas pesquisas do censo anual – porque não conseguiram eleger ao menos uma mulher, especificamente, em Mariana?
Se serve de consolo, não estou contabilizando o cargo de prefeito que o candidato Juliano Duarte, ao ser quase maciçamente eleito, puxou como vice a sra. Sônia Azzi.
De um modo ou de outro prevaleceu a vontade soberana do povo. Com o quadro definido que entrará em ação (?) em 2025, só me resta deixar o conselho de Machado de Assis, nosso maior escritor, quando escrevia as suas crónicas no "Diário do Rio de Janeiro" que na ocasião e, creio que serve ainda para os dias atuais, disse o seguinte" A futura câmara, para bem desempenhar os seus deveres e levantar a instituição do abatimento em que jaz, deve observar três preceitos. Esses preceitos são os seguintes:
1º - Cuidar do município.
2º - Cuidar do município.
3º - Cuidar do município.
Laudate Dominum
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