Dezoito diretrizes foram aprovadas no Fórum do Patrimônio Cultural de Ouro Preto

Segundo o promotor Fernando Mota Machado Gomes, curador do patrimônio histórico-cultural de Ouro Preto, a iniciativa é inovadora e garante uma efetividade na participação popular.

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Por Éverlan Stutz Publicado em 07/10/2024, 14:22 - Atualizado em 07/10/2024, 14:22
Foto — O documento foi protocolado na sede da Promotoria de Justiça. Crédito — Reprodução. Siga no Google News

Na última sexta-feira, 27 de setembro, de 9h às 18h, foi realizado o I Fórum do Patrimônio Cultural de Ouro Preto: política e cidadania. O evento foi promovido no plenário da Câmara Municipal e contou com o apoio do Ministério Público de Minas Gerais. Dezoito propostas e diretrizes foram analisadas, votadas e aprovadas. 

Os quatro candidatos a prefeito de Ouro Preto assinaram o Termo de Compromisso Público com a Preservação do Patrimônio Cultural. O documento foi protocolado na última terça-feira, na sede da Primeira Promotoria de Justiça de Ouro Preto.

De acordo com o promotor Fernando Mota Machado Gomes, curador do patrimônio histórico-cultural de Ouro Preto, a iniciativa é inovadora e garante uma efetividade na participação popular. 

“O fórum é um canal direto para dar voz à população de Ouro Preto e, ao mesmo tempo, conectá-la diretamente com seus representantes políticos. O Ministério Público tem como missão a defesa do regime democrático que se funda com a participação popular e também na defesa de interesses sociais como deve ser tratado o patrimônio cultural. O Ministério Público não poderia deixar de apoiar uma iniciativa como esta. Trata-se da nossa missão constitucional”, argumenta o promotor de justiça. 

Foto - O promotor Fernando Mota Machado Gomes participou da abertura do fórum. Crédito - Reprodução.

Para a museóloga Monic Bráz Nogueira, mestranda em Memória Social pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), todas as diretrizes aprovadas são passíveis de serem executadas. “A educação patrimonial é a gênese deste debate. O fórum me surpreendeu de diversas formas porque é uma proposta que faz conexão com a comunidade. Esse processo de escuta comunitária retira o campo do patrimônio cultural das decisões governamentais e coloca a comunidade no centro das ações de preservação”, analisa Monic.  

Foto - A pesquisadora Monic Nogueira destaca a educação patrimonial como o centro do debate. Crédito - Reprodução.

Segundo a presidente da Associação dos Expositores do Largo de Coimbra Cláudia Silva, o I Fórum do Patrimônio Cultural de Ouro Preto significa uma importante oportunidade para aprovação de propostas a partir das demandas dos artesãos da Feirinha de Pedra-sabão. “O diálogo com a comunidade pode levar a uma formação de uma rede de apoio entre moradores, artesãos e instituições locais, promovendo o esforço coletivo na preservação do patrimônio cultural, possibilitando uma rede de apoio entre o poder público e a comunidade”, relata Cláudia.  

Foto - Cláudia Silva é presidente da Associação dos Expositores do Largo de Coimbra. Crédito - Reprodução.

 O cacique Danilo Borum-Kren participou de todas as etapas do fórum e destacou a importância do evento para os indígenas ouro-pretanos. Danilo faz parte do Coletivo Borum-Kren Vivos e Fortes e contribuiu com pautas e propostas focadas na defesa da memória dos povos originários. “O evento mostra a participação da comunidade na construção do que queremos que seja preservado. Para nós, indígenas ouro-pretanos do povo Borum-Kren,  o fórum representou um espaço voltado à construção de propostas para preservar o nosso patrimônio material e imaterial”, enfatiza Danilo.

Foto - Danilo faz parte do Coletivo Borum-Kren Vivos e Fortes. Crédito - Reprodução.

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