Coisas do Cotidiano: Leia “O Político Ideal ”, por Antoniomar Lima
Em “Coisas do Cotidiano”, o escritor, poeta e graduado em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Antoniomar Lima, visa percorrer “esse espaço fronteiriço, entre a grandeza da história e a leveza atribuída à vida cotidiana.”
Num bate-papo informal com um amigo das lides cotidianas, o assunto que rolou partiu da seguinte pergunta: “quais seriam os atributos do político ideal? ”
Nem ele nem eu chegamos a um veredicto favorável, pois em se tratando de política, a história não nos deixa mentir que têm sido uma sucessão de trapalhadas e equívocos, salvo algumas poucas coisas que só duraram certo tempo e se perdeu no redemoinho do tempo e na desmemória das gerações, creio que nem na trave batemos, pois, esse sujeito definitivamente não existe e pelo andar da carruagem não existirá.
Mas levando em conta as contradições, a incompletude das coisas e da necessidade de vivermos sempre em busca de uma existência mais digna e confortável, coletivamente falando, a nossa visão clareou quanto às particularidades que envolvem esse emaranhado de acertos e erros, com a predominância e repetição dos últimos.
Diante disso, chegamos numa fase de entendimento, pois não podemos ser exageradamente exigentes com as coisas de ordem humana que, por mais que nos esforcemos, não podem ser mudadas do dia para a noite, como um tear de Penélope desfeito numa tentativa de lograr as horas à espera do momento propício que não cansamos de crer que chegará.
Entendemos que alguém tem que se jogar ao mar, dar a cara a tapa, entretanto, sabemos também que há outras coisas que devem ser percebidas, que muitas vezes passam em branco se não tivermos atentos como, por exemplo, a capacidade de liderar, de possuir manejo justo e honesto com a coisa pública, ter uma visão global das coisas e, principalmente, considerar as pessoas, mesmo sabendo que não agradará a todos e, ainda assim, ter um olhar solidário com os contras como tem com os pós.
Nesse ponto, eu e meu amigo, chegamos num consenso, mas reconhecemos que o grande entrave seria por tudo isso em prática, o que temos visto que houve uma lenta evolução pelos sujeitos envolvidos nesse quebra cabeça, segundo ele.
Por outro lado, reconhecemos também que pode haver imprevistos, pois somos impotentes diante do tempo que não sabemos ao certo o que virá de modo repentino que, para quem é bibleiro não deixa de vir a lembrança “não penseis no dia de amanhã, basta a cada dia o seu mal” etc. e tal.
Na sinopse do bate-papo com meu amigo, a conclusão é que o “político ideal” não passa de utopia, que é apenas uma ilusão de ótica, como uma miragem num deserto.
Outrossim, somos obrigados a arriscar porque somos obrigados a escolher um(a) que, na verdade, é uma aposta que não sabemos se vai vingar e não nos resta outra coisa, a não ser, esperar para ver, motivados pela esperança de que o melhor prevaleça, ou, no mínimo, o esforço para isso.
Laudate Dominum
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