Reunimos um grupo de amigos para assistirmos juntos ao primeiro debate entre os candidatos a prefeito de Ouro Preto.
Não éramos muitos, mas havia pessoas de diferentes vertentes, simpatizantes de candidatos distintos, alguns já definidos em sua posição, outros ainda em dúvida. A intenção do encontro era não apenas ouvirmos os candidatos, mas também ajudar estes últimos a tomarem uma posição.
Durante o debate, houve discussões entre os assistentes, o que já era de se esperar. Discordâncias e algumas farpas trocadas nestes casos sempre acontecem e isto não surpreende ninguém, e foram, enquanto durava o debate, de forma tranquila, sem maiores problemas.
Terminado o debate, durante a conversação, foi que os ânimos começaram a se exaltar. O que começou com uma discussão entre simpatizantes de candidatos diferentes foi escalonando até que dois dos discordantes partiram para ofensas. Diante da proporção que a discussão começou a tomar, os demais participantes do grupo se uniram para interrompê-la, antes que se tornasse uma briga maior.
Por serem minoria, os dois desavisados se contiveram e a situação voltou ao controle, mas este fato vem comprovar o quanto o fanatismo é prejudicial nestas horas. Quando o fanatismo vem junto à arrogância, pior ainda, fica insustentável qualquer tipo de argumento. Os dois tinham certeza de sua verdade, cada um completamente certo de que o seu candidato era o salvador da Pátria, um deus todo poderoso para salvar a cidade, sendo que nenhum dos dois conseguia sequer elucidar salvar de quê.
Dadas as devidas proporções, este tem sido o erro de muitos apoiadores neste pleito eleitoral que se aproxima, o que acaba respingando no próprio candidato. Como diz o ditado, “a arrogância precede a queda”, e a população, de modo geral, não está mais interessada neste tipo de campanha focada em salvadores da Pátria. Quando se juntam apoiadores de salvadores diferentes, o resultado só pode ser catastrófico, mesmo.
Quando a arrogância de apoiadores são reflexos do candidato, então, este só tem a perder. Não queremos deuses inatingíveis no poder. Não somos servos, somos população. Queremos na governança quem nos olhe assim, como população merecedora de respeito e não como servidores fiéis.
Discursos carregados de soberba não acrescentam e acabam resultando em brigas desnecessárias e que não levam a nada, como a dos dois apoiadores em questão. No final ninguém convenceu ninguém e só perderam um tempo precioso, que poderia ter sido utilizado de melhor forma.
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