Coisas do Cotidiano: Leia “Falando Sério”, por Antoniomar Lima

Em “Coisas do Cotidiano”, o escritor, poeta e graduado em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Antoniomar Lima, visa percorrer “esse espaço fronteiriço, entre a grandeza da história e a leveza atribuída à vida cotidiana.”

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Por Antoniomar Lima Publicado em 09/09/2024, 14:00 - Atualizado em 09/09/2024, 14:01
Antoniomar Lima é graduado em Letras (licenciatura em Língua Portuguesa) pela UFOP e já publicou dois livros de poesias. Crédito — Arquivo pessoal. Siga no Google News

Ao contrário do meu pai que saiu do interior para a cidade, sair da cidade para o interior. Obviamente que o contexto e as situações foram distintas.

Às vezes, sinto a impressão que nasci na época errada – muita gente diz isso! – Porque vindo da geração de 60, em pleno fogo cruzado da ditadura militar que, além desse tinha outros problemas - como todas as gerações - de lá para cá acompanhando todo esse processo há um certo aturdimento diante de certas coisas que permanecem estáticas, ainda não descobriram a fórmula do camaleão de mudar de cor.

As mudanças têm que acontecer senão o mundo não avança e nem a existência melhora, mas o que estamos vendo é de estarrecer. A corrupção na política, por exemplo, é um cancro que não cessa. 

As notícias do cotidiano parecem que querem extinguir a esperança que resiste bravamente, destemidamente.

No Brasil especificamente – não sei se em outro lugar usam esse discurso – ‘sou brasileiro, não desisto! ’.

Falando sério, tem horas que dá vontade de desistir, não de tudo, mas de algumas coisas que não desemperram, entretanto, a esperança em dias melhores, que não sabemos quando virão, não deixa que nos dispersemos.

Os remanescentes dos anos 50, 60, ou menos ainda, repetidamente dizem que a época de hoje não se compara com a deles em muitos aspectos: violência, costumes, etc. mesmo não existindo o aparato de tecnologias mais avançadas como as de hoje que mudou muita coisa, menos a nossa condição humana que continua a mesma desde o começo do mundo.

É aquela velha toada ‘se correr o bicho pega, se ficar o bicho come’. É nessa condição que me sinto hoje, pois assim como as cidades grandes, as cidades pequenas tem suas dores de cabeça, um pouco menos, mas tem.

Recentemente era vantagem residir nas primeiras, assim foi por muitos anos, mas ultimamente estamos vendo o contrário, – não é todo mundo – as pessoas estão fugindo das cidades, procurando lugares menores com menos poluição, em busca de uma existência mais amena, etecetera e tal.

Mas seja nas grandes quanto nas pequenas cidades, os problemas perduram, a politicagem grassa do jeito que conhecemos e pelo andar da carruagem nada veremos de novo confirmando a profecia eclesiástica: ‘O que foi tornará a ser, o que foi feito se fará novamente; não há nada novo debaixo do sol.

Laudate Dominum

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