Fimose feminina existe e requer atenção de pais e pediatras

Diagnóstico médico é essencial para determinar a necessidade de tratamento.

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Por JornalVozAtiva.com Publicado em 29/07/2024, 15:51 - Atualizado em 29/07/2024, 15:51
Imagem ilustrativa. Crédito — Reprodução / Freepik. Siga no Google News

Apesar de a fimose ser uma condição associada aos pacientes do sexo masculino, também pode afetar meninas. Conhecida como sinéquia vulvar, o Ministério da Saúde indica que ela ocorre quando há aderência entre os pequenos lábios, obstruindo a abertura vaginal, conforme informações do Ministério da Saúde.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a condição é comum entre meninas de três meses a seis anos, podendo ser uma obstrução parcial ou total. O diagnóstico médico é realizado por um pediatra ou ginecologista infantil, a partir da observação da vulva. Não são necessários exames complementares ou de imagem.

A causa do problema pode estar relacionada aos baixos níveis hormonais, naturais na infância. Segundo a Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), isso faz com que o revestimento dos tecidos da vulva da criança seja mais suscetível a processos inflamatórios crônicos. Dessa forma, o epitélio das mucosas dos lábios internos podem ser lesionados e cicatrizados de forma inadequada, com a formação de membranas fibrosas ou sinéquias. 

Além da baixa taxa de estrogênio, hormônio sexual feminino, a má higienização, o longo período entre trocas de fraldas e a umidade perineal também são apontados pela Faculdade de Medicina da UFMG como fatores que propiciam o desenvolvimento da condição.

Por isso, é muito importante que os pais e responsáveis adotem cuidados com a higiene local das meninas e troquem as fraldas sempre que necessário, evitando inflamações por atrito ou acúmulo de urina. Além disso, é preciso ter atenção a possíveis alergias aos produtos utilizados para a limpeza e tratar precocemente possíveis inflamações.

Quando buscar tratamento 

O tratamento para a fimose feminina depende da gravidade do caso. De acordo com a SPSP, pode não ser necessário em pacientes assintomáticos, pois em 80% dos casos, as sinéquias vulvares se resolvem espontaneamente, com o aumento dos níveis hormonais da adolescência. 

Para os casos sintomáticos, quando são observados coceira, ardor ou corrimento vaginal, o tratamento mais indicado pelo Ministério da Saúde é a aplicação de pomada com estrogênio, que deve ser feita de forma criteriosa e sob supervisão de especialistas da medicina pediátrica.

A SBP informa que os cremes à base de estrogênio de baixa absorção devem ser usados por 10 dias, podendo ser entendido, no máximo, por 30 dias. Quando o tratamento é realizado por mais tempo, corre o risco de desencadeamento da puberdade periférica, quando as glândulas responsáveis pelos hormônios sexuais começam a trabalhar por conta própria antes do esperado.

Cirurgia pode ser necessária?

Segundo a SBP, a separação dos lábios vaginais, após o uso do creme de estrogênio, também pode ser realizada em ambulatório, com anestesia do local, utilizando o creme de xilocaína a 5%. 

Um pequeno número de casos resistente ao tratamento clínico ou com aderências muito espessas podem necessitar de tratamento cirúrgico. O profissional de saúde é o responsável pelo entendimento da gravidade da condição e por determinar a abordagem adequada. Entretanto, a cirurgia em crianças com sinéquia vulvar é raramente indicada.

A taxa de recorrência da fimose feminina é de cerca de 30%, tanto em casos tratados com estrogênio tópico, quanto corticoide ou debridamento cirúrgico, conforme dados da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Prevenção

De acordo com as informações da Ebserh, manter a higiene local, evitar o uso de roupas apertadas e utilizar roupas íntimas de algodão são formas de prevenir o problema. No caso das meninas que já passaram pelo tratamento da sinéquia vulvar, umedecer a região com óleo infantil ou cremes a base de vitamina A e D, por pelo menos 30 dias após a separação dos pequenos lábios, também é uma indicação do Ministério da Saúde para prevenir que a condição apareça novamente.

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