Veterano na produção de murais dedicados às Olimpíadas, Eduardo Kobra acaba de pintar a sua primeira tela em celebração aos Jogos Olímpicos de Paris 2024, que começam nesta sexta-feira (26). A obra “Paz Olímpica” mostra a Torre Eiffel invertida como uma tocha olímpica sendo erguida por duas mãos que, junto a um círculo preto e branco, representam o símbolo de paz e amor. A arte também transmite uma mensagem de respeito e luta contra o racismo.
“Os Jogos Olímpicos refletem uma oportunidade para fortalecer a união entre os povos, a coexistência e a tolerância. A tela que criei, de 194,5 x 90 cm, ressalta, principalmente, a paz e a harmonia que o mundo precisa neste momento que enfrenta diversas guerras, tragédias e violências”, explica Kobra.
Há cerca de um mês, o artista deixou um legado de resiliência, coragem e superação ao produzir o mural “Voz da Liberdade” na cidade francesa de Saint-Ouen, base da delegação brasileira durante os jogos. Ele se inspirou na tela “A Liberdade guiando o povo”, de Eugène Delacroix, protagonizada por Marianne, símbolo da liberdade e da Revolução Francesa.
Na obra, Marianne é uma atleta que segura uma faixa com a frase em francês “Soyons nos propres héros” – traduzida para “somos nossos próprios heróis” na língua portuguesa. O projeto, realizado a convite da Prefeitura de Saint-Ouen, faz parte da iniciativa “Seja seu Próprio Herói”, idealizada pela esgrimista campeã mundial brasileira Nathalie Moellhausen.
A tradição olímpica de Kobra se repete desde 2016, quando o artista produziu o imponente mural Etnias, no Boulevard Olímpico, no Rio de Janeiro. A obra também marcou a estreia do trabalho dele no Guinness World Records como o maior grafite do mundo, com três mil metros quadrados.
O artista seguiu os arcos olímpicos e retratou cinco povos, um de cada continente: huli (Oceania), os mursi (África), os kayin (Ásia), os supi (Europa) e os tapajós (Américas). Para personificar a união, duas linhas verde e amarela, pintadas na região dos olhos de cada representante, ligam as nações na obra.
Também em 2016, Kobra levou a sua arte para Tóquio, sede das Olimpíadas de 2020, enaltecendo grandes símbolos da Cidade Maravilhosa. Na fachada da Embaixada Brasileira na capital japonesa, pintou os principais nomes da bossa nova, Tom Jobim e Vinicius de Moraes. O muralista também representou o Cristo Redentor e o calçadão de Copacabana em um mural na região de Minami-Ikebukuro.
Sobre Eduardo Kobra
Nascido na periferia de São Paulo em 1975, Eduardo Kobra alcançou reconhecimento global como um dos artistas mais renomados da atualidade. Sua jornada artística começou como pichador na adolescência. Ao longo dos anos, Kobra desenvolveu seu estilo marcante de muralismo, caracterizado por cores vibrantes e contrastantes, e sua habilidade em retratar personalidades, fatos históricos e questões sociais em murais gigantescos.
Com obras em cinco continentes, Kobra quebrou recordes de tamanho de murais, incluindo o maior mural grafitado do mundo. Seu trabalho ganhou visibilidade internacional, com destaque para a obra “O Beijo” em Nova York. Além disso, ele recebeu convites de galerias, museus e organizações, incluindo a ONU, para exibir suas obras e participar de projetos de prestígio.
Kobra também se envolve em causas sociais, usando a arte como veículo para promover mudanças positivas. O Instituto Kobra busca aproximar a cultura a quem tem menos acesso e apoiar causas humanitárias, enquanto suas parcerias com empresas contribuem para viabilizar seus projetos públicos de grande escala. Sua trajetória é um exemplo inspirador de como a arte pode transcender fronteiras e causar impacto positivo no mundo.
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