Coisas do Cotidiano: Leia “Novidades”, por Antoniomar Lima

Em “Coisas do Cotidiano”, o escritor, poeta e graduado em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Antoniomar Lima, visa percorrer “esse espaço fronteiriço, entre a grandeza da história e a leveza atribuída à vida cotidiana.”

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Por Antoniomar Lima Publicado em 25/04/2024, 16:15 - Atualizado em 25/04/2024, 16:15
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Antoniomar Lima é graduado em Letras (licenciatura em Língua Portuguesa) pela UFOP e já publicou dois livros de poesias. Crédito — Arquivo pessoal. Siga no Google News

Eis uma tarefa desafiadora: fazer de cada dia uma novidade. Pode ser que não consigamos, apesar dos nossos esforços, mas não custa nada tentar, sair da mesmice do cotidiano. 

Fazer as mesmas coisas, chega uma hora que fica chato e, às vezes, temos a impressão que não sabemos se, realmente, depois que o dia passou, se houve alguma novidade. 

Aí que começa outro drama: o que é para cada um de nós uma novidade? Certamente, nossas novidades não podem ser iguais, em algum ponto ela precisa ser distinta das dos outros, senão, passa a ser imitação.

Mas, a nossa novidade não precisa que os outros saibam, guardamos para nós mesmos. 

Somos capazes, não precisamos ser mágicos, e a novidade, ou novidades, não precisa ser exuberante, pomposa, às vezes, ela, ou elas, podem partir da simplicidade que, comumente passa despercebida por nossos olhares ávidos, supondo que têm que ser extravagantes. 

Não é por aí. Partir das coisas simples tão olvidadas ultimamente, é uma boa pedida, como, por exemplo, dar um "bom dia!", ou uma "boa tarde!", ou um "boa noite!" para alguém que supomos que não merece um ato tão simples de nossa parte. Ou talvez, "um abraço", "um olhar simpático", ou ainda, "beijos". Por que não? As pessoas gostam de ser lembradas, prestigiadas, sem pompas, mas com sincero amor e atitudes simples.

Às vezes, precisamos sair de nós mesmos, deixar o orgulho de lado, abrir o coração. Não é uma boa causa? Ter esse tipo de atitude pode parecer estranho para os que nunca pensaram obter isso de nós. Sempre temos a oportunidade de retomar o que, na verdade, faz bem ao coração e à alma.

Que tal, partirmos atrás das novidades usando esses benignos subterfúgios? Às vezes, "um simples sorriso" pode mudar o cotidiano de alguém, até o nosso.

Para se quebrar o gelo é preciso estar disponível, deixar nosso ego por um momento e focarmos com olhos amorosos nos nossos semelhantes. Pois, sabemos que dessa vida só levamos a esperança de desfrutar uma existência muito melhor, mais digna comparada a que estamos vivendo.

Olhar só para nosso umbigo, não tem graça nenhuma, precisamos uns dos outros - mesmo que às vezes impensadamente falamos que não precisamos de ninguém.. 

Creio que não há melhores novidades do que estas. Esses gestos que parecem insignificantes são as novidades que precisamos, pois seus efeitos são benéficos e duradouros. 

Afinal de contas, não foram atos bons que Jesus Cristo nos deixou de exemplos?

Laudate Dominum

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