Epar Osso de Boi colocará Ouro Preto de volta ao mapa do saneamento básico de qualidade

Depois de dois anos de solicitação, a Saneouro recebeu o licenciamento junto Supram-MG para iniciar as obras de construção da Estação de Produção de Água de Reúso (Epar) Osso de Boi.

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Por SANEOURO Publicado em 28/02/2024, 09:56 - Atualizado em 28/02/2024, 09:56
Foto — Reprodução. Crédito — Saneouro. Siga no Google News

 A cidade que teve a primeira Estação de Tratamento de Esgoto da América Latina está prestes a voltar ao mapa do saneamento básico completo e de qualidade. Depois de dois anos de solicitação, a Saneouro recebeu, na última segunda-feira, 26, o licenciamento junto à Superintendência Regional de Meio Ambiente (Supram-MG) para iniciar as obras de construção da Estação de Produção de Água de Reúso (Epar) Osso de Boi.

“A estação vai mudar a realidade de milhares de famílias ouro-pretanas e temos muito orgulho de dizer que esta cidade, que é patrimônio da humanidade, finalmente terá tratamento de esgoto”, comemora o superintendente da Saneouro, Evaristo Bellini.

A EPAR Osso de Boi vai tratar 100% do esgoto coletado na sede de Ouro Preto, o que equivale a 40% do esgoto de todo o município. As obras têm previsão de duração de 18 meses, incluindo contratação de empresas para seu início, construção e implantação. Os investimentos previstos na estação e na construção de redes e estações elevatórias são de R$ 40 milhões.

A Saneouro protocolou pedido de licenciamento ambiental junto à Supram-MG em dezembro de 2021. Em maio de 2022, os primeiros equipamentos para a Epar chegaram a Ouro Preto. Já foram comprados tanques, tubulações, conexões, suportes, difusores de ar, bombas diafragmas e comportas que vão integrar o sistema hidromecânico da unidade.

Qual a diferença entre uma ETE e uma EPAR?

Tradicionalmente, os esgotos são tratados nas chamadas Estações de Tratamento de Esgoto. Elas recebem os efluentes e os purificam, devolvendo água limpa aos leitos de rios e ribeirões. A devolução da água aos rios deve obedecer a critérios técnicos e o resultado do tratamento, para a natureza, é a revitalização dos cursos d´água, que deixam de ser poluídos e voltam a ser habitados por peixes, por exemplo.

Com as crescentes crises hídricas em todo o planeta e a realidade que a água é um recurso que tem fim, é cada vez mais comum o investimento na construção de Estação Produtora de Água de Reúso. Nestas estações, são implementadas tecnologias no tratamento dos efluentes (esgoto) cujo resultado é uma água com índice de pureza suficiente para torná-la própria para o consumo em atividades tais como limpeza de solos e estradas, irrigação e utilização industrial.

“Não é uma água potável, mas uma água que pode ser utilizada em outras funções, beneficiando o que chamamos de economia circular. Ou seja, permite o aproveitamento em outras funções e, dessa maneira, contribui para que o recurso não se esgote”, explica Evaristo Bellini.

O volume que não for destinado a reúso em estações deste tipo é devolvido a rios e ribeirões, dentro das especificações técnicas que garantem a revitalização de tais cursos d´água. No caso da Epar Osso de Boi, a água será devolvida ao Ribeirão Funil.

Foto — Reprodução. Crédito — Saneouro.

Esgotamento sanitário em Ouro Preto      

Atualmente, a Saneouro opera uma Estação de Tratamento de Esgoto, localizada no distrito de São Bartolomeu. Com isso, o índice de esgoto tratado, diante do que é coletado no município, é de 0,67%.

Segundo Evaristo Bellini, a Saneouro já tem estudos avançados sobre as melhores tecnologias e soluções para o tratamento nos outros 11 distritos ouro-pretanos. “Em Cachoeira do Campo, o projeto está bastante avançado”, diz.

Ele enfatiza que trazer o tratamento de esgoto é oferecer mais qualidade de vida e saúde à população. E ressalta que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada R$ 1,00 investido em saneamento básico, economiza-se R$ 9,00 em saúde pública.

Isso porque o saneamento adequado diminui o número de doenças de veiculação hídrica, ou seja, aquelas disseminadas pela água (disenteria, diarreia, viroses, cólera, leptospirose, esquistossomose, hepatite A e febre tifóide, entre outras) e, por consequência, diminui o número de internações hospitalares e consultas médicas acarretadas por essas doenças. “Iniciamos nossa atuação em Ouro Preto em 2020, é uma concessão de 35 anos de duração e temos muita alegria em afirmar que vamos mudar o panorama do saneamento na cidade e, por consequência, o dia a dia dos moradores”, afirma.

Você sabia?

Dados históricos apontam que Ouro Preto teve o primeiro sistema de tratamento de esgotos da América Latina, construído no século XIX. Os tanques de desinfecção ainda encontram-se na região da Barra, ao fim do Beco da Mãe Chica, mas estão desativados.

Foto — Reprodução. Crédito — Saneouro.

2 Comments

  1. Raquel 28/02/2024 em 12:00- Responder

    Otimo ter o tratamento. E o esgoto do centro será canalizado? Ou continuará caindo nos córregos da cidade? Cheiro ruim nos bairros Água limpa, Centro, Rosário e Pilar.

  2. Samuel 29/02/2024 em 08:04- Responder

    Uma vergonha a falta de água no Distrito de Cachoeira do Campo, a população local, chega a ficar mais de uma semana sem água, tendo que utilizar água mineral e/ou água da chuva para para as necessidades básicas.
    E quando vão reclamar, simplesmente dizem que não há reclamações e que está tudo bem.
    Quando cai água, nem sequer enche uma caixa d’água. Total falta de respeito com a população.

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