Coisas do Cotidiano: Leia “Os Anos”, por Antoniomar Lima
Em “Coisas do Cotidiano”, o escritor, poeta e graduado em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Antoniomar Lima, visa percorrer “esse espaço fronteiriço, entre a grandeza da história e a leveza atribuída à vida cotidiana.”
Entra e sai ano, e o que muda? Nossos valores? Talvez. Nossos sonhos e objetivos? Talvez. Ou guardamos, intimamente, sem alarde, algo que realmente mudou e não queremos compartilhar com outrem? Talvez. Ou esperamos mudanças externas, crendo, que elas nos farão melhores que ontem? Creio que não.
A permuta dos anos deixa vagar no ar a impressão que algo precisa ser mudado. Mas aí reside um paradoxo: as mudanças externas não dependem de nossas forças - dependem da união de outras forças.
As internas dependem de cada um. Estas estão ao nosso alcance e dependem de nós mesmos.
Os anos são ciclos, páginas de um imenso livro que escrevemos com as tintas de nossas ações e palavras, no qual Deus é o editor que, no tempo certo, no tempo dele, nos surpreenderá com revelações que nem mesmo acreditaremos que fomos os autores. Tomara Deus que sejam boas!
Dos anos que passam certamente tiramos muitas lições e quantas já não tiramos! Coletivamente, ou individualmente quais foram estas?
Talvez, coletivamente algumas mudanças se operaram – entretanto, podemos medi-las ou termos ideias se não tivermos prejuízos.
No caso individual, a ideia ou a percepção pode ser mais bem sentida. Pois sabemos muito bem em que sentido fomos lesados.
Ou se não fomos lesados em nada, pelo menos, ficaremos com a impressão que tudo ficou na mesma, na condição de que se não ganhamos nada também não perdemos. Ficamos no meio termo.
Com ou sem mudanças, não podemos perder o controle e o equilíbrio das coisas, as quais estamos envolvidos, pelo menos tentar.
Os anos sempre passam e seguirão passando... O paradoxo é que passamos diante da passagem dos anos.
Laudate Dominum
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