Primeira capital do estado de Minas Gerais e maior produtora de ouro para o Império Português durante o século 17, a cidade de Mariana ganhou, nesta quinta-feira, 28, um novo equipamento cultural que pretende ajudar o município em seu esforço de estimular o turismo e diversificar a economia local, ainda fortemente associada à mineração e afetada pelo rompimento de barragem da Samarco em 2015.
O Museu de Mariana, cuja cerimônia de inauguração contou com a presença da ministra da Cultura, Margareth Menezes, e do assessor da presidência do BNDES para cultura, ex-ministro Juca Ferreira, foi instalado em duas edificações históricas da cidade: a Igreja de São Francisco de Assis e a Casa do Conde de Assumar.
O projeto, viabilizado com apoio de R$ 14,2 milhões do Banco, permitiu também que a igreja, um dos monumentos mais visitados de Mariana, fechada desde 2013, fosse reaberta ao público nesta quinta.
“A preservação da memória e dos patrimônios materiais e imateriais valoriza esse país imenso que é o Brasil, com todas as suas possibilidades de pensamento e maneiras de vida. Um povo sem memória é um povo sem referência, por isso, parabenizo o BNDES por permitir concretizar essa ação”, disse a ministra da Cultura.
A abertura das portas do museu representa o fim de um trabalho de quatro anos, que envolveu a restauração arquitetônica das duas construções – que se encontravam em risco de desabamento –, a concepção do projeto museográfico e a realização de atividades de educação patrimonial.
“O restauro está associado à ideia de um museu interativo, que vai se articular com a formação de quadros para continuar os processos de recuperação desse patrimônio e sua disponibilização para a população”, explicou Juca Ferreira.
O novo equipamento cultural convida o público a refletir sobre aspectos sociais e históricos da cidade, a partir de um percurso que passa pelos dois monumentos e termina na Praça Minas Gerais, marco do centro histórico.
O Museu contribui, assim, para valorizar o conjunto arquitetônico e urbanístico da cidade, composto de exemplares do barroco e tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1938.
A Igreja de São Francisco de Assis, por exemplo, construída entre 1762 e 1794, preserva sistemas construtivos tradicionais do período colonial, além de elementos ornamentais de autoria de Aleijadinho e pinturas artísticas de Manuel da Costa Ataíde. Já a Casa do Conde de Assumar, construída em torno de 1715, serviu de moradia ao então Governador da Capitania de Minas Gerais e São Paulo.
BNDES, Mariana e patrimônio histórico — Além do museu inaugurado nesta quinta - apoiado pelo Banco por meio de contrato com o Instituto Pedra, em parceria com a Prefeitura e a Arquidiocese da cidade - o BNDES apoia outras duas iniciativas no município.
Uma delas, aprovada em 2021 no edital Resgatando a História, está em execução e vai destinar um total de R$ 3 milhões para recuperar um imóvel histórico na Rua Direita que funcionará como unidade complementar ao Museu de Mariana. O projeto prevê o uso do espaço para contar a história da cidade no século 20, com destaque para as atividades de mineração e sua relação com a região.
O Banco também concedeu apoio de R$ 5,8 milhões ao programa Escola de Ofícios, voltado à capacitação de jovens em saberes e fazeres tradicionais da construção civil, considerados como patrimônio imaterial. A iniciativa foi iniciada em 2019 e se encerra este ano.
O BNDES contribui para a preservação de acervos, monumentos históricos e do patrimônio imaterial ligado às tradições da sociedade brasileira desde 1997, atuação que o credencia como um dos maiores apoiadores de projetos de valorização do patrimônio cultural brasileiro.
Deixar Um Comentário