Museu Casa dos Inconfidentes homenageia bordadeiras e a artista Marilina Etchichury

Por Daniel Marcos Publicado em 22/09/2023, 09:19 - Atualizado em 22/09/2023, 11:16

Foto — Reprodução. Crédito — Jacilene Arruda.

No âmbito da 17ª edição da Primavera de Museus, que ocorre entre os dias 18 e 24 de setembro, o Museu Casa dos Inconfidentes prestou homenagens especiais a Alda Marques, em nome do Grupo de Bordadeiras oficineiras do museu e à renomada pintora argentina Marilina Etchichury, que esteve acompanhada de seu filho, o historiador independente Martim Etchichury e do neto Catriel Etchichury.

O ponto alto do evento foi a entrega de flores em homenagem à artista argentina Marilina Etchichury, natural de Buenos Aires, desde jovem demonstrou um profundo interesse pelas artes.

Mesmo durante os anos difíceis da ditadura militar na América do Sul, Marilina persistiu em seguir sua paixão artística como forma de vida. Após estabelecer-se em Ouro Preto, na década 1960 Etchichury desenvolveu uma conexão amorosa com a paisagem e a cultura local, o que influenciou significativamente sua obra, que passou a retratar as pitorescas paisagens barrocas de Ouro Preto. A exposição das obras de Etchichury estará em exibição até o dia 2 de outubro.

O tema selecionado pelo Instituto Brasileiro dos Museus (IBRAM) para as atividades da 17ª Primavera de Museus em 2023 convida para reflexões relevantes na atualidade, abordando a construção da democracia no Brasil, resgatando as memórias da comunidade LGBTQIAPN+, destacando a importância dos povos indígenas na formação do país e explorando o significado histórico das comunidades quilombolas como testemunhos da resistência ao longo dos séculos.

A proposta visa estimular os museus, como guardiões e promotores da memória, cultura e artes, a contribuírem para o reconhecimento, valorização e protagonismo das pessoas LGBTQIAPN+, indígenas e quilombolas na construção de suas próprias narrativas.

A Secretária de Cultura, historiadora Margareth Monteiro falou sobre aspectos da Inconfidência Mineira como marco para a história dos movimentos pró república, durante o período colonial, e destacou o valor das mulheres nos avanços sociais e democráticos das civilizações.

Romilda Mesquita, museóloga e coordenadora do Museu, enfatizou que "a Primavera de Museus busca direcionar uma atenção especial para essas instituições, que são fundamentais para a cultura e educação no Brasil."

Rogéria Pereira, museóloga e organizadora do evento, destacou a pertinência do tema proposto para a 17ª Primavera de Museus chamando a atenção para o trabalho das bordadeiras, que colaboram para o cumprimento da missão da nova museologia, que por sua vez sugere dar vida aos espaços de memória. “Esse processo fortalece os laços entre o museu, enquanto equipamento de salvaguarda da história com a comunidade onde está inserido”.

O evento contou com a presença do escritor Juliano Ozga, membro do Priorado da Inconfidência Mineira bem como da astróloga e terapeuta holística Jacilene Arruda. Durante o café mineiro, servido no jardim do museu, os presentes desfrutaram do som agradável do músico multi-instrumentista Gustavo Pereira.

Programação, por Sabrina Pereira:

A programação da Primavera de Museus inclui uma variedade de atividades, tanto presenciais quanto remotas, tais como visitas guiadas, palestras, seminários, mesas redondas, rodas de conversa, lançamentos, oficinas, saraus, performances e apresentações musicais e teatrais. A programação por região está disponível no site do IBRAM: https://www.gov.br/museus/pt-br/assuntos/eventos/17a-primavera-dos-museus.

Além disso, no site da Secretaria de Cultura e Turismo, os visitantes podem acessar a programação completa da participação dos Museus de Ouro Preto na 17ª Primavera de Museus, bem como obter informações detalhadas sobre a história e o acervo de cada instituição da cidade, além de conferir os horários de funcionamento e as tarifas de entrada de cada museu ouro-pretano.