Lá vem ela, face levemente ruborizada peraltice do frio ouro-pretano. Passos cadenciados e diminutos que quando tocam o chão compassadamente dão ao seu corpo um bailar suave como plumas ao vento, inigualável.
Lá vem ela com seus cabelos ao vento, num agito suave, as vezes intenso. Sorriso que afaga, intensa luz.
Lá vem ela, que o vento acaricia, que balança as árvores para chamar a atenção. Ela que passa e deixa até o ar mais bonito.
Lá vem ela com o jeitinho gostoso de quem sabe ser bela. Basta um olhar, um sorriso para que tudo se ilumine.
Lá vem ela, numa noite de julho, olhar no infinito leveza no andar.
Lá vem ela, vestindo jeans claro, um tênis branco, inclina a cabeça, arruma o cabelo, sorri como o desabrochar de uma flor, o tempo para e ninguém percebe, ela segue e eu me extasio.
Lá vem ela bem devagar, procura um assento, se achega, cruza as pernas, se interioriza, encontra o silêncio e nessa dinâmica se assemelha a uma escultura. Parece que algum artista num trato minucioso esculpiu seu lindo corpo e ali deixou para que fosse contemplado.
Lá vem ela, nas ruas, cantos e becos de Ouro Preto, ela é o presente que se mistura ao passado, tudo é beleza.
Quem é ela que vem toda bela, que é simples, que passa, que encanta.
Lá vem ela, e ao vê-la, tanta coisa boa me vem à cabeça, o sol, ar, o luar o mar, amar.
Quem é ela?
Ela é a mais bela ouro-pretana, uma deusa, a musa, o céu, as estrelas.
É “Ela”.
excelente texto ouro preto cidade de encanto e beleza