Há palavras que, vez por outra, prendem a nossa atenção. E uma que me tem feito refletir sobre muitas coisas foi a palavra “incompletude”. Dei uma googlada para ver seu significado: “qualidade ou estado do que é ou está incompleto”.
É exatamente esse estado de espírito que sentimos quando fazemos alguma coisa que constatamos com o passar do tempo se diluiu, durou certo tempo. Mas tal ocorrência não invalida o esforço despendido no trabalho realizado.
Acredito que tudo que é feito com honestidade e boa intenção – mesmo que não saia do jeito que imaginamos - vale a pena o pouco ou muito esforço que empregamos.
Ademais, o que menos importa é seu o tempo de duração. Que dure pouco ou muito, mas que satisfaça e alguém se sinta feliz.
Na verdade, a consciência da incompletude das coisas não é, muitas das vezes, percebida quando estamos realizando alguma tarefa e, cá entre nós, nem poderia, senão seria uma frustração antecipada, ou mesmo serviria de desestímulo para a conclusão da mesma.
É bom que tenhamos essa consciência? Certamente, entretanto, que não levemos ao pé da letra a ponto de deixarmos de caprichar, fazer o melhor que esteja ao nosso alcance.
Talvez, jamais consigamos chegar aos pés da completude; por outro lado, temos que aprender a lidar com ela de modo positivo. Fico imaginando algumas possibilidades: na condição humana que herdamos, ou vivemos, de certo modo a incompletude seja mais conveniente, pois por seu intermédio freamos a soberba, a falta de amor ao próximo, a empatia e coisas afins. Fosse o contrário, seria um caos que não é difícil intuir.
O espanto da incompletude só vem depois e não poderia ser diferente. Ela nos faz ver as nossas falhas e deficiências; nos desperta o sentimento de que poderíamos ter feito melhor e, dependendo do que temos feito, talvez, tenhamos uma segunda chance de fazer melhor e externamente mais duradouro.
Como disse o poeta Fernando Pessoa: “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”.
Laudate Dominum
Deixar Um Comentário