Secretário de Defesa Social esclarece situação no Morro da Forca em Ouro Preto

Juscelino Gonçalves afirmou que já foram solicitados apoios externos para a situação de risco em Ouro Preto

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Por João Paulo Silva Publicado em 10/12/2022, 11:11 - Atualizado em 10/12/2022, 11:59
Foto – Morro da Forca. Crédito – Tino Ansaloni / JVA. Siga no Google News

Todos os anos, a chegada das chuvas que antecedem o verão e marcam a estação mais quente do ano causa apreensão aos moradores de Ouro Preto (MG). O relevo da região, marcado por cristas rochosas, vales e montanhas aumenta o risco de deslizamentos em certas localidades, como é o caso do Morro da Forca e a Rua Padre Rolim, no bairro São Cristóvão.

Com a intenção de averiguar a situação do local e levar informação aos seus leitores, o Jornal Voz Ativa conversou com Juscelino Gonçalves, secretário municipal de Defesa Social que esclareceu vários pontos sobre a situação.  

De acordo com Juscelino Gonçalves, a terça-feira (6) foi marcada por reuniões com a empresa executora do serviço no Morro da Forca; o novo secretário de Obras, Franklin Evangelista, que assumiu a pasta recentemente; o secretário de Governo, Felipe Guerra; o secretário municipal de Meio Ambiente, Chiquinho de Assis e membros da Fundação Gorceix.

Foto - Morro da Forca. Crédito - Tino Ansaloni / JVA.

“Estamos, novamente, às voltas com os índices pluviométricos [medição do volume de chuva] altíssimos que inclusive devem ser parecidos com os que foram registrados no ano passado. Contudo, a expectativa é que esse índice seja mais esparsado e não tão localizado como foi no início desse ano e final 2021”.

Ainda de acordo com o titular da pasta, a Defesa Civil está antenada com as previsões meteorológicas e científicas e atualizando, diuturnamente, o seu aplicativo, ferramenta do órgão municipal que permite ao cidadão verificar as áreas de risco mapeadas no município, acompanhar a quantidade de chuva e contribuir relatando possíveis incidentes através de fotos.

(O aplicativo pode ser baixado clicando aqui).

Gonçalves ressaltou que durante a toda semana foram realizados sobrevoos com drone com a intenção de observar a movimentação de terra no local como a que foi recentemente registrada pelo equipamento de última geração e câmeras especializadas em análises de relevo, capaz de captar até 600 pontos por metro quadrado. Eventos como esse, de acordo com ele, estão sendo monitorados o tempo todo.

O secretário falou de outra ação que está sendo executada no local e que ficou decidida na última reunião com as secretarias. “Ontem, nós deliberamos juntos com a Fundação Gorceix que iremos colocar um monitoramento com radar sísmico para que nós tenhamos os registros científicos de qualquer movimentação e possamos acionar o sistema de defesa. A premissa maior é que ninguém se machuque e que vidas sejam preservadas”.

Sobre as obras realizadas na encosta que consiste em remoção da terra no local, Juscelino Gonçalves afirmou que o entendimento técnico da Defesa Civil é de o trabalho em questão teve o acompanhamento de profissionais renomados e consistia em retirar o material solto que poderia causar risco, no entanto, de acordo com ele, trata-se de uma obra inacabada que precisa de complemento.

Foto - Morro da Forca. Crédito - Tino Ansaloni / JVA.

“O que deve e precisa ser feito definitivamente no Morro da Forca é o retaludamento, processo de terraplanagem através do qual se alteram, por cortes ou aterros, os taludes originalmente existentes em um determinado local para se conseguir uma estabilização do mesmo. Essa ação deve reaproveitar as devidas canaletas e ser feita desde a crista da encosta”.

Esse projeto, de acordo com informações do secretário, está em andamento junto à Fundação Gorceix que se colocou à disposição para auxiliar a Prefeitura Municipal da construção desse processo definitivo de retaludamento.

“Em suma, nós entendemos que a obra ainda precisa de acabamento para que possamos ter a segurança total e definitiva. Caso seja percebido qualquer risco à comunidade, a Defesa Civil, imediatamente, junto com os órgãos de segurança, vai promover a interrupção da via para preservar a vida das pessoas”.

Com o aumento do nível e frequência das chuvas na região, a Defesa Civil se volta para a possibilidade de novos acidentes, não só no Morro da Forca como em outras áreas de Ouro Preto, como por exemplo, a Rua Padre Rolin que no entender da secretaria é um local que também necessita de um projeto.

Juscelino Gonçalves afirmou também que já foram solicitados apoios externos para a situação de risco em Ouro Preto. “Considerando o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, nós já acionamos o apoio do governo estadual e também do governo federal para que nos ajudem a dar respostas eficazes à população e àqueles que nos visitam”.

Por fim, ainda falando sobre outras situações que as chuvas podem trazer, o secretário reconheceu ser uma violência e uma invasão quando os órgãos de segurança anunciam aos moradores que é preciso deixar as suas casas. Contudo, Gonçalves pediu a compreensão das pessoas “porque se a Defesa Civil chega a esse ponto de solicitar a saída das casas ou a interrupção das vias, é porque ela entende que é em vista de um bem maior, justamente porque há um risco iminente à vida das pessoas”.  Ele ainda afirma que em caso de necessidade, fechará o trânsito nos locais de risco.

No início de 2022 um deslizamento do Morro da Forca soterrou o casarão Solar Baeta Neves, considerado a primeira construção em estilo neocolonial da cidade histórica. Seu entorno foi totalmente fechado para circulação de veículos e pedestres. Na ocasião foram retirados cerca de 14 mil metros cúbicos de terra do local, material que foi levado para a obra de aterro da Avenida Lima Júnior, conhecida como Volta do Vento.

Foto - Morro da Forca. Crédito - Tino Ansaloni / JVA.

2 Comments

  1. Rosilene 11/12/2022 em 13:45- Responder

    Pois é, isto do retaludamento é o deveria ter sido feito quando retirou a terra que havia caído, agora como as máquinas vão subir para retaludar o morro?
    É muito dinheiro jogado fora

  2. Rosilene 11/12/2022 em 14:01- Responder

    Eu fico pensando como uma empresa faz isso com o povo de uma cidade. Entrega essa gambiarra como obra pronta ,pondo em risco a vida das pessoas.Qualquer imbecil vê que foi enganação. Quantos milhões foram gastos? E agora depois de quase um ano falam em acabamento da obra? Que obra? Foi feito errado desde o começo.
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