Servidores do IFMG em greve a partir de 25/04

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Por https://sinasefeifmg.com.br Publicado em 08/04/2022, 11:06 - Atualizado em 08/04/2022, 11:06
manifestação-reposição- emergencial- brasília
Manifestação pela reposição emergencial em Brasília-DF no dia 02/02. Foto André Luis – IMPRENSA ANDES-SN Siga no Google News

Reunidos em Assembleia Geral Virtual na tarde desta quarta-feira (6/04), os docentes e técnico-administrativos em educação do IFMG decidiram pela greve a partir do dia 25 de abril. O principal ponto de reivindicação dos trabalhadores é a abertura das negociações com o governo federal pela reposição salarial para o funcionalismo público federal. A assembleia chegou a ter a participação de 159 servidores. Cabe reforçar que a assembleia é soberana e a deliberação vale para todos os trabalhadores do IFMG, inclusive para aqueles que não compareceram à assembleia, sindicalizados ao SINASEFE ou não.

A data de início da grave, 25 de abril, foi deliberada pela assembleia para que se tenha um período para a mobilização nos campi do IFMG e Reitoria, e para que sejam feitas reuniões com o objetivo de definir as reivindicações locais do movimento grevista.

A coordenadora SINASEFE IFMG, Solange Rodrigues, sublinha que os motivos pelos quais levaram a categoria deflagar a greve e relaciona o congelamento salarial com o desmonte das instituições públicas de ensino superior.

“Motivos para fazer greve não faltam. Desde as políticas que começaram a partir do golpe de 2016 até o presente momento, nós temos perdidos muitos direitos, como a questão da previdência, a reforma trabalhista, a reforma do ensino médio. Mas, mais do que toda essa questão política mais ampla, nós temos as questões de ordem que envolve diretamente a categoria que é a falta do reajuste nos últimos sete anos aos servidores, especialmente aos técnico-administrativos. Os docentes tiveram um reajuste em dois mil e quinze parcelado em quatro anos. A cada dia que passa nós percebemos que a inflação corrói o nosso salário e, de fato, ficar sete anos sem reajuste salarial significa a expulsão dos servidores dessa instituição, que pode significar o desmonte, a destruição, a privatização do serviço público brasileiro a instituição educacional. A greve é justa e legítima, é legal no campo salarial e, para além disso, as outras questões políticas também merece destaque para a gente defender a Instituição de ensino que se pretende ser pública e de qualidade”, afirmou.

O Comando de Greve aprovado pela assembleia é composto pelos seguintes trabalhadores, além dos membros da Diretoria do SINASEFE IFMG: Carlos Eduardo (campus Ouro Branco); Daniel Neri (campus Ouro Preto); Ricardo Eugênio (Campus Ouro Preto); Pedro Rodrigues Silva (campus Ribeirão das Neves); André Klein (Ouro Preto); Regina Raimunda (campus Ouro Preto); Bruno Rafael Camargos (Campus S.J. Evangelista); Aurélio Alves (campus Ouro Branco) e José Luiz Papa (campus Ouro Preto).

Além da reposição salarial, os servidores mobilizados também reivindicam pautas como a revogação da Emenda Constitucional 95 (teto de gastos), o investimento do governo federal em educação, ciência e tecnologia e melhoria das condições de trabalho.

Apesar da luta pela reposição salarial de 19,99%, a legislação eleitoral proíbe o governo federal de reajustar os vencimentos dos servidores durante os seis meses que antecedem as eleições. O prazo para este reajuste venceu no dia 4 de abril. No entanto, o governo pode repor as perdas inflacionárias acumuladas nos últimos anos medidas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)

Mobilização do SINASEFE em Brasília pela abertura das negociações no dia 30/03. Foto: SINASEFE DN

Vale ressaltar que a greve é uma ação articulada nacionalmente, que vem sendo reivindicada pelas federações e sindicatos, que representam o conjunto dos trabalhadores das instituições federais de ensino e demais setores do funcionalismo federal. O Comando de Greve aprovado em Assembleia definirá as atividades de mobilização das próximas semanas em cada campus; a inclusão de demais reivindicações da categoria, e assegurará os percentuais mínimos exigidos de manutenção dos serviços essenciais e atendimento das necessidades inadiáveis do IFMG.

A diretoria do SINASEFE IFMG reforça que o trabalhador não pode ser punido pela participação da greve. Trata-se de um direito constitucional dos servidores regulamentado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Não há espaço para punição de servidor por aderir ao movimento grevista. É bom dizer que, mesmo sem estar efetivado, o servidor em estágio tem todos os direitos dos demais. Portanto, pode exercer o direito constitucional de greve.

Salário congelado há anos e descaso do governo

Diferentemente da iniciativa privada, os trabalhadores do serviço público não têm reajuste anual na remuneração. Dessa forma, o salário dos servidores federais técnico-administrativos mantém-se igual, sem qualquer reajuste, há sete anos. Já a remuneração dos docentes federais está congelada há cinco anos. A crise econômica brasileira, somada à carestia e aliada à alta da inflação, trouxeram uma perda salarial aos trabalhadores de mais de 50% no período.

Em 18 de janeiro, as entidades protocolaram a pauta de reivindicações junto aos órgãos do governo federal pela reposição salarial de 19,99%. De lá pra cá, o governo Bolsonaro ignora as reivindicações apresentadas em conjunto pelas categorias organizadas no Fonasefe – Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais – e no Fonacate – Fórum Nacional das Categorias Típicas de Estado.

Representantes do Ministério da Economia receberam as entidades representativas dos servidores públicos federais, reunidos por meio do Fonasefe, no dia 1 de abril, em Brasília-DF. Durante a reunião, os enviados do governo disseram que o Executivo não negociará com o conjunto dos servidores públicos federais civis. Dessa forma, as entidades representativas dos trabalhadores encaminharam o fortalecimento das mobilizações grevistas nas diversas instituições federais brasileiras.

Cabe lembrar que já estão em greve os trabalhadores: Trabalhadores do Banco Central; os servidores técnico-administrativos da UFJF e também os trabalhadores do INSS. Conforme informou o jornal Valor Econômico, pelo menos oito categorias de servidores públicos do Executivo federal já paralisaram as atividades em algum momento das últimas semanas ou pretendem paralisá-las em breve, de forma a pressionar o governo por reajuste. São elas Trabalhadores do Tesouro Nacional; Trabalhadores da Controladoria-Geral da União; Trabalhadores da Receita Federal; Trabalhadores da Secretaria de Orçamento Federal; Trabalhadores da Comissão de Valores Mobiliários; Trabalhadores da Superintendência de Seguros Privados; Analistas de comércio exterior e Auditores fiscais agropecuários.

Um Comentário

  1. Weslley 10/04/2022 em 19:53- Responder

    Esse governo safado só dá aumento prós militares.

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