Eis uma pergunta que creio que nenhum ser humano, mesmo tentando, não conseguirá responder de forma satisfatória e unânime. Aliás, satisfatória pode até ser, mas nunca unânime. Mesmo sem o aparato e o aval da satisfação e da unanimidade, quem pode impedir que arrisquemos uma opinião sobre determinados assuntos, mesmo que esta escorregue no cientificismo inventado pelos que nos antecederam?
Perguntas geralmente suscitam ene respostas, isto é, faz com que pensemos outros caminhos para chegar ao mesmo ponto, ou, quem sabe, irmos um pouco mais além dele. Mesmo que as respostas não sejam adequadas, certamente, alguém dará uma luz, mostrará um norte para pensarmos ou mesmo, vivenciarmos, experimentarmos se é isso mesmo.
Nascemos para tantas coisas, né? Alguém pode falar. Enfim, creio que não há uma resposta certa. Pois, cada um de nós, ao partir de seu próprio ângulo, de sua realidade, pode incorrer num erro crasso, com certeza esbarrará no muro da unanimidade. Digo isso baseado na frase que Nelson Rodrigues nos legou: 'toda unanimidade é burra!’.
Fico pensando o que o moveu a escrever essa frase. Será que ele se pautou nas últimas palavras da tragédia de Sófocles “Édipo Rei” que diz ‘(...) Assim, não consideremos feliz nenhum ser humano, enquanto ele não tiver atingido, sem sofrer os golpes da fatalidade, o termo de sua vida?’.
Voltando à pergunta inicial. Não darei uma resposta porque não sou detentor da resposta exata e muito menos, tenho essa pretensão. Deixarei que os leitores perguntem a si mesmos, se houver interesse, é claro.
Para responder a pergunta – como eu disse acima – é preciso partir de uma visão particular e, fazendo uso dessa visão, digo o seguinte: nascemos com uma missão, agora, saber qual é essa missão - aí que a porca torce o rabo -, cada ser tem que procurar por si mesmo qual seja.
Enfim, essa pergunta ficará rodopiando no ar a nos inquirir, desafiando-nos a partir do momento em que caímos na real, isto é, em que a lucidez toma conta de nós, por intermédio de outras três perguntas ‘de onde vimos?’ ‘quem somos’, ‘o que estamos fazendo aqui?’, ‘para onde vamos?’.
Diante disso, presumimos que a resposta não é tão fácil como imaginamos. A pergunta tem um teor filosófico e obriga-nos a ter uma visão ampla e sóbria, pois, o que uma pessoa pensa sobre o assunto, não é o que outras pensam.
Em síntese, já que é impossível responder essa pergunta, que cada um tenha a sua resposta e, melhor, acredite nela e siga em paz.
Laudate Dominum
"Coisas do Cotidiano"
Em "Coisas do Cotidiano", o escritor, poeta e graduando em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Antoniomar Lima, busca percorrer “esse espaço fronteiriço, entre a grandeza da história e a leveza atribuída à vida cotidiana”.
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