A infinidade de um olhar
Queria poder explicar o que acontece quando os olhares se encontram. Entender essa mágica sensação de sentir sem tocar, esses impulsos elétricos intensos que jornadeiam pelo corpo inteiro, que submergem na corrente sanguínea e provoca inevitáveis sensações.
E quando passa pelo coração… Que lugar bonito! Como uma canção ele pulsa num tum-tum que não tem como não se apaixonar.
Depois dessa viagem louca, o olhar volta apaixonado. Observa a outra pessoa por inteiro e se perde entre sorrisos e tantas outras emoções.
Quando o amor nasce de um olhar como o acima descrito, o amor nasce engrandecido, pois se origina de dentro para fora. Não se prenderá a silhuetas ou meros devaneios. Vai querer buscar as sensações de alma para alma e tudo mais será secundário, porém a palavra “secundário” definirá não grau de hierarquia dos sentimentos, mas servirá para expressar apenas a sequência das coisas. Não tem segundo, nem terceiro, nem quarto, tudo é primeiro embora tenhamos que descrever ordenadamente.
Explicar o amor é muito confuso, explicar sentimentos é igualmente confuso.
Ainda falando do olhar, em certos momentos parece ter mãos, tão grande é seu poder. Quando apaixonado ele chora, lágrimas transbordam após lavarem a alma. Essas lágrimas traduzem uma fração da pessoa amada, um indicador de que no olhar existem mistérios insondáveis.
O olhar também enxerga o infinito. Imagina formas se desenhando ante a claridade do sol como uma obra de arte, mesmo que seja miragem.
O olhar também se prende a uma fotografia, e nela como um escâner capta todos os traços estáticos e expressivos nela contidos.
O olhar é uma porta aberta, é uma viagem, um mergulho, um encontro, calafrios, medo, ousadia. O olhar é um querer que brilha.
O olhar é muita coisa, é como céu cheio de estrelas onde só de olhar se desenha um sorriso.
E por fim, não tem fim, o olhar não finda. O olhar é para sempre.
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