Dias atrás conversando com um amigo e entre os vários assuntos em pauta nos detivemos na influência do dinheiro em nosso cotidiano. E ele com sua visão pessimista disse-me, repetindo o jargão popular “o dinheiro não traz felicidade etc. e tal. ” Vi que ele estava bastante confuso sobre essa questão. E eu que me considero um otimista moderado disse-lhe: “olha, tudo depende do ângulo que olhamos, não só essa questão, mas outras questões da vida moderna! ”.
Travamos como que um embate psicológico, pois ambos reconhecemos a influência dessa moeda de troca, desde a sua invenção que, segundo o historiador grego Heródoto, foi Creso, rei da Lídia (atual Turquia), quem cunhou as primeiras moedas, entre 640 e 630 a.C. e que o professor Renato Leite Marcondes, do Departamento de Economia da USP de Ribeirão Preto diz "a princípio foi criado para facilitar as trocas comerciais quando estas ficaram mais complexas". (...).
Mas, que segundo o meu amigo, "com o passar do tempo até chegar à modernidade essa moeda de troca tomou outra configuração e tornou os homens maus despertando-lhes a ganância, a ambição".
Diante disso, concordei em parte com meu amigo, pois argumentei que não é todo mundo que faz uso indevido do dinheiro. Apesar de saber que apenas uma pequena parte detém, digamos, o monopólio de um cano de escape que poderia beneficiar não uns poucos, mas a maioria que vive na penúria, ainda mais no pais que vivemos e diante da crítica situação epidêmica que o mundo inteiro está atravessando.
Ainda, segundo meu amigo: “se antes da pandemia a coisa estava braba, agora ela arroxou, principalmente para os mais pobres e necessitados que vivem ao Deus dará. ” Nesse ponto, parei para fazer outras reflexões, sem, é claro, contra argumentar diante dessa sua última exposição que, ao contrário, rechacei. E, assim entramos num acordo que tanto eu como ele, fomos sabendo que é uma discussão que tem começo, mas não tem fim.
Enfim, para não nos alongarmos sobre o mesmo, antes de nos despedir-nos citei uma frase de Machado de Assis “o dinheiro não traz felicidade – para quem não sabe o que fazer com ele.”.
Laudate Dominum
"Coisas do Cotidiano"
Em "Coisas do Cotidiano", o escritor, poeta e graduando em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Antoniomar Lima, pretende percorrer “esse espaço fronteiriço, entre a grandeza da história e a leveza atribuída à vida cotidiana”.
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