Após anos observando os desafios enfrentados pelos pacientes trans, a médica endocrinologista da Faculdade São Leopoldo Mandic, Dra. Juliana Gabriel, desenvolveu o TransDiary, livro que traz de forma didática todas as informações que pessoas trans precisam para realizar sua transição hormonal. O conteúdo está disponível de forma gratuita por meio do site: http://www.transdiary.com.br
"A reposição hormonal é totalmente benéfica quando feita com acompanhamento médico. A readequação da imagem física com a identidade sexual traz um grande bem-estar psicológico para os pacientes", afirma a Dra. Juliana.
De acordo com a especialista, o primeiro passo para quem pretende passar por uma transição hormonal é fazer uma avaliação geral da saúde. O tratamento pode ser diferente dependendo da idade, do histórico de cirurgias, da presença de comodidades como diabetes e hipertensão. Após essa avaliação inicial, que inclui não só a consulta e o exame físico, mas também exames complementares, inicia-se o tratamento hormonal.
Durante o tratamento, devem ser feitos exames periódicos, para ajuste da dose hormonal e para o seguimento das complicações mais comuns. As consultas devem ser feitas de forma rotineira (trimestrais, semestrais ou anuais, dependendo do caso), para acompanhar não só o ajuste de dose e os exames, mas também a evolução do tratamento e o cuidado de outros aspectos da saúde que possam acontecer.
"O paciente trans precisa cuidar da saúde de forma geral. Muitas vezes, a preocupação com a terapia hormonal é tão grande que o resto da saúde acaba sendo deixado de lado. No entanto, se alimentar corretamente, praticar exercícios, abandonar o cigarro são exemplos de cuidados com a saúde que devem ser mantidos", salienta a Dra. Juliana.
A professora da Faculdade São Leopoldo Mandic alerta ainda que parte das pessoas trans, por não conseguirem acompanhamento médico, em alguns casos, optam por realizar a transição hormonal de forma independente.
"Sem a supervisão profissional é comum as pessoas fazerem superdosagem e associações medicamentosas e não realizarem os exames necessários para a otimização do tratamento e a prevenção dos efeitos colaterais, que podem variar desde os mais leves (como acne) até os mais graves como pressão alta e trombose", conclui.
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