O uso de câmeras corporais acopladas aos uniformes de agentes de segurança é uma tendência mundial e vem ganhando cada vez mais adesão no Brasil, sendo uma realidade nas Polícias Militares de pelo menos 11 estados brasileiros. O mais recente a implementar a tecnologia foi o estado da Bahia, que iniciou em junho a instalação dos equipamentos nos uniformes dos policiais.
De acordo com informações divulgadas pelas Secretarias de Estado de Segurança Pública, além da Bahia, os estados do Rio Grande do Norte, Pará, Roraima, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Rondônia utilizam ou já iniciaram a implementação dos equipamentos (ainda que de forma experimental) no dia a dia dos policiais militares. Outros três estados (Paraíba, Espírito Santo e Rio Grande do Sul) e o Distrito Federal pretendem adotar a tecnologia em breve.
“Além de responder a uma cobrança da sociedade por mais transparência nas ações policiais, as câmeras corporais trazem também mais segurança aos agentes e têm se tornado fundamentais para a produção de provas e para entender as circunstâncias das mais variadas ocorrências”, explica o consultor em tecnologia Leandro Kuhn, CEO da L8 Group, empresa responsável pelo fornecimento de câmeras corporais para os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rondônia.
À frente do projeto do Rio de Janeiro desde início de 2022, a L8 já recebeu a solicitação do governo do estado para a renovação do contrato e vem se especializando na gestão e armazenamento das imagens, desenvolvendo tecnologia nacional para a custódia e proteção das imagens captadas pelos policiais nas operações ostensivas. “Além das câmeras, que são de última geração e inclusive podem fazer o reconhecimento facial, a gestão das imagens também é feita em um ambiente altamente seguro, com criptografia de ponta a ponta, que impede a edição de imagens ou o acesso de pessoas não autorizadas. Assim, garantimos a integridade dos dados que podem ser usados como evidência pela Justiça”, destaca Kuhn, ao lembrar que o contrato prevê a entrega e gestão de 21 mil equipamentos, tornando este o maior projeto do gênero no mundo.
A mesma tecnologia utilizada no Rio de Janeiro também estará presente em Rondônia. Em julho, a L8 assinou o contrato para o fornecimento de 550 câmeras corporais e 40 estações de carregamento para a Polícia Militar. Neste projeto, a empresa também será a responsável pela custódia e armazenamento das imagens captadas nas operações policiais.
Já em Minas Gerais, a empresa forneceu 600 câmeras e 40 centrais de carregamento para a Polícia Militar no ano passado. Porém, neste caso, a gestão e o armazenamento das imagens são de responsabilidade da corporação. Assim como em outros estados, os equipamentos têm capacidade de comunicação via 4G e WiFi, transmissão online das imagens, georreferenciamento em tempo real, áudio bidirecional, botão de emergência e funcionalidade de infravermelho.
De acordo com o relatório “Câmeras Corporais: Uma Revisão Documental e Bibliográfica” realizado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com o pesquisador Pedro Souza, professor de economia da Universidade Queen Mary, de Londres, o uso dos equipamentos já é realidade em mais de 40 países e aprimora as atividades policiais, reduzindo o uso da força e a subnotificação de ocorrências.
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