Veja como foi a Manifestação pacífica da comunidade de Cachoeira do Campo que bloqueou a BR-356, em Ouro Preto-MG. Cobertura completa em texto e fotos

Por Tino Ansaloni Publicado em 29/06/2013, 16:30 - Atualizado em 29/06/2013, 18:58

Veja cobertura fotográfica completa abaixo do texto. Clique nas miniaturas para ampliar Ouro Preto e região têm dado exemplos para todo o Brasil em relação aos movimentos populares que dominam o país, trazendo a sensação de novos tempos, quando a comunidade começa ser ouvida pelos poderes. Ontem, 28 de junho, no distrito ouro-pretano de Cachoeira do Campo, uma manifestação que teve início de maneira tímida, com a concentração em frente à Matriz de Nossa Senhora de Nazaré interrompida por intensa chuva, a comunidade deu mais uma vez um recado aos governantes, de que promessas são para ser cumpridas e que o compromisso político deve existir. Houve diálogo com representante da prefeitura e polícia militar, no Salão Paroquial da Igreja de Nossa Senhora de Nazaré, enquanto a chuva caía, na tentativa de conter a interrupção de uma das mais importantes vias de tráfego da região, a BR 356, que corta o distrito. Ânimos exaltados em alguns momentos e muitas palavras de ordem dos manifestantes interrompendo as falas do representante da prefeitura municipal, que trazia um possível acordo, para que os manifestantes se reunissem com o prefeito no dia 01/07, para que fossem discutidas as reivindicações. De nada adiantou, nem mesmo a tentativa de intermediação da polícia militar, que esteve presente. Num momento isolado e errôneo de um dos policiais presentes, este ameaçou de prisão os “líderes” do movimento se a manifestação fosse para as ruas. Aos gritos de repúdio à tal declaração infeliz do policial, manifestantes se revoltaram verbalmente pedindo democracia e cumprimento da constituição, pois a carta magna coloca a liberdade de união e de manifestação como direitos assegurados aos cidadãos. São direitos consagrados pela Constituição. Após alguns momentos, membros da manifestação acatarem o diálogo e se deram por satisfeitos, pois, segundo eles, o prefeito estaria sinalizado o diálogo e isso bastaria, mas, a maioria dos manifestantes presentes não se dava por satisfeita e não acreditava numa solução imediata dos problemas no distrito. A manifestação foi para as ruas e paralisou por mais de três horas a BR 356. Inicialmente os manifestantes estiveram por cerca de 30 minutos próximo ao posto de combustíveis Painha, mas, logo perceberam que o movimento ganharia maior proporção em outro local e seguiram para a parte da rodovia na saída do distrito, sentido Belo Horizonte, onde bloquearam a pista totalmente, não permitindo a passagem de nenhum veículo. A manifestação iniciou sua caminhada em direção à rodovia às 18h20 com bloqueio total da pista às 18h40 e somente às 21h50, após muitas discussões e negociações com as Polícias Militar e Rodoviária, os manifestantes resolveram deixar a pista. Além do cumprimento de promessas de campanha pelo prefeito e melhores condições de segurança na via os manifestantes reivindicavam a queda dos valores das passagens dentro do distrito e no itinerário da sede da cidade para Cachoeira do Campo, conforme definição do Conselho de Transporte que não foi considerada pela prefeitura. Um enorme engarrafamento foi observado nos dois sentidos da via. No dia 21 de abril de 2011, após a morte de dois jovens, próximo de Ouro Preto, manifestantes do Movimento dos Atingidos pelo Trânsito em Ouro Preto também bloquearam a pista por quase duas horas, no intuito de chamar a atenção das autoridades para as péssimas condições de segurança de quem usa a via. O movimento de 2011 cobrava intervenções não só na região de Cachoeira do Campo, mas em vários pontos da cidade cortados por rodovias. Até o momento pouco ou quase nada foi feito pelas autoridades responsáveis pelas rodovias municipais, estaduais ou federais no sentido de resolver os vários problemas.