Festival de Inverno: Último dia do Seminário sobre Corpo e Patrimônio Cultural aconteceu no Centro de Artes e Convenções de Ouro Preto

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Por Tino Ansaloni Publicado em 21/07/2014, 22:44 - Atualizado em 26/07/2014, 19:26
Falar em preservação de patrimônio, seja material ou imaterial significa lutar pela manutenção de um bem cultural.  Esse assunto foi trazido para discussão na manhã de sábado, dia 19 de julho, penúltimo dia do Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana- Fórum das Artes 2014. O auditório Salão João Del Rey recebeu, para compor a quarta mesa de debate do Seminário: Corpo e Patrimônio Cultural, a Coordenadora da Coordenação-geral da Salvaguarda do Departamento de Patrimônio Imaterial, Rivia de Alencar, a Antropóloga em Ciências Sociais do IFHAN da Bahia, Maria Paula Adinolfi e a Técnica em Ciências Sociais do IFHAN do Maranhão, Izaurina de Azevedo Nunes. A mesa apresentou como propósito debater maneiras de atuação institucional mais adequada para garantir a reprodução social e cultural de formas de expressão, cuja existência depende diretamente de indivíduos, grupos ou comunidades que são seus detentores e portadores. Essa questão foi suscitada pela Coordenadora Rivia, que enfatizou a necessidade de apoio de diferentes instâncias. “Encaro como algo impossível pensarmos em salvaguardar qualquer tipo de patrimônio público, seja material ou imaterial, sem antes buscarmos o bem estar coletivo em todos os sentidos. Por isso, é necessário outras instituições públicas como a prefeitura, nos assegurar o bem a estar da população, como saneamento básico, educação e saúde, pois, somente assim as pessoas terão condições sadias de nos apoiar também”, afirmou. Durante sua fala a antropóloga do IPHAN da Bahia, Maria Paula, destacou pontos importantes sobre o processo de salvaguarda e preservação patrimonial e destacou a participação do negro como figura imprescindível na construção de todo patrimonial edificado existente no Brasil. “Nunca podemos nos esquecer de que quando discutimos patrimônio, estamos falando dos negros que foram e são os braços e pernas desse país. O corpo que permeia a construção desse patrimônio é do negro que por meio de um árduo trabalho nos deixou um rico legado composto por edificações maravilhosas, uma saborosa culinária, danças, músicas e crenças, as quais lutamos diariamente por preservação”, ressaltou. Os participantes da mesa salientaram as várias dificuldades que encontram para desenvolver esse trabalho. A falta de recurso, de políticas públicas de conscientização, pouca mobilização da base social estão entre as principais. No decorrer de sua fala, Izaurina explicou sobre os entraves e as dificuldade que encontraram para registrar e manter o reconhecimento de umas das mais importantes manifestações culturais do Maranhão, o Tambor de Crioula. Isso justamente em virtude das limitações impostas para realização do trabalho do IPHAN no Brasil. Entre os presentes estavam pessoas de diferentes culturas do Brasil como Bahia e Maranhão. Esses lugares, assim como cidade de Ouro Preto, abrigam um imensurável conjunto de bens históricos matérias e imateriais, que precisam ser mantidos e preservados. Pensando nisso, durante o debate, o público pode compreender melhor a importância do zelo para com nosso patrimônio, além de esclarecerem dúvidas, trocarem experiência e repensar maneiras de salvaguardar esse conjunto de bens históricos que pertence a todos nós.  

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