Professores inovam na paralisação da rede pública estadual em Ouro Preto-MG

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Por Tino Ansaloni Publicado em 19/03/2014, 22:22 - Atualizado em 19/03/2014, 23:07
Por Dalília Caetano Professores da rede estadual de ensino se reuniram na noite de 19/03, no CESFO - Centro Social da Família Ouro-pretana, para uma palestra que encerra o terceiro dia de paralisação em protesto pela péssima situação do sistema público educacional. Os professores suspenderam suas atividades letivas desde segunda-feira, 17/03 e diferentemente de outras paralisações, quando os discentes deixavam de dar aulas, os profissionais decidiram discutir a situação pela qual passa a educação pública com os alunos, tendo o auxilio da internet e suas redes sociais para debaterem a qualidade do ensino no Brasil. Durante os três dias docentes usaram nariz de palhaço e roupas pretas em sinal de protesto pelo descaso e a precariedade da educação, tanto  de pessoal quanto de infraestrutura. A proposta é conscientizar os alunos e toda comunidade escolar do abandono do governo para com serviços públicos essenciais como a educação, saúde, transporte e segurança pública. Para o professor de Ciências da Escola Estadual Dom Veloso, Adriano Zito, a proposta do movimento é criar um grupo que estude e discuta, com frequência, a situação do cenário educacional brasileiro. “Nosso intuito é formarmos um grupo capaz de se reunir constantemente e conhecer com mais profundidade o tipo de educação oferecida em nosso país, para que mudanças efetivas possam ser tomadas imediatamente”. O professor chama atenção ainda para falta de infraestruturas nas escolas. “A educação se encontra em um estado agudo de precarização. Enfrentamos não apenas um problema salarial, mas, falta de infraestrutura, metodologia, filosofia da educação, gestão democrática, planejamento e qualificação profissional” destaca o professor. Durante a palestra, professores expuseram a situação da Escola Estadual Dom Veloso, onde lecionam, que está em condições precárias como a falta de laboratórios de ciências; laboratório funcional de informática, com profissional qualificado para a manutenção; biblioteca funcional, planejamento anual, gestão democrática, profissional da área de psicologia, fotocopiadora, quadra cobertas e sem buracos e salas de aulas didáticas. A atitude dos professores foi elogiada pelos presentes que demonstraram interesse na nova ideia. Apesar de comparecerem em pequeno número, o debate foi proveitoso e a atitude dos professores foi aprovada pelos presentes que argumentaram e expuseram suas insatisfações em relação às falhas presentes no ambiente escolar. A tendência é que os próximos encontros fiquem lotados, mostrando o poder de mobilização da sociedade organizada. A classe acredita que buscar organização e união, fortalecer o coletivo, propor projetos, conhecer a realidade da escola e buscar parcerias são ações que contribuirão para melhorar a qualidade da educação oferecida no país. Outro ponto intensamente discutido durante o encontro foi a estratégia do Governo do Estado de mostrar escolas com ótimas estruturas, tentando criar uma imagem positiva da educação de um modo geral. O Governo, com sua campanha publicitária mascara a realidade de abandono e descaso em que se encontram as escolas públicas estaduais. No dia 24 de abril os professores farão outra paralisação nacional para dar sequência ao debate com o objetivo de fortalecer o movimento e outra data ainda será marcada para um novo encontro entre professores, pais e alunos.

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