“Trajetos Heroicos – Estrada Real” traz peças do “Grupo Teatro que Roda” para as ruas de Ouro Preto-MG

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Por Tino Ansaloni Publicado em 15/08/2013, 15:21 - Atualizado em 16/08/2013, 22:49
Em Ouro Preto-MG, o Grupo Teatro que Roda fará duas apresentações: Não percam! É teatro de graça nas ruas de Ouro Preto-MG com oficina. Trajetos Heroicos - Estrada Real é um projeto contemplado com o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz Apresentações já realizadas em Paraty e Teresópolis (RJ) com apresentando "Makunaíma na Terra de Pindorama" e "Das Saborosas Aventuras de Dom Quixote e seu fiel escudeiro, Sancho Pança". Em Ouro Preto-MG Dia 17 de agosto 18 horas Praça Tiradentes Das Saborosas Aventuras de Dom Quixote de La Mancha Dia 18 de agosto 18 horas Largo Marília de Dirceu Makunaima na Terra de Pindorama Conheça o Grupo Teatro Que Roda O Grupo Teatro Que Roda da cidade de Goiânia(Goiás), fortemente ligado ao Estado de Minas Gerais devido a colonização do território goiano, com grande predominância mineira - vide o “Uai” característico dos dois estados - pretende percorrer a Estrada Real com finalidades distintas das intenções do Brasil Colônia. Queremos retornar de certo modo as origens, buscando entender um pouco mais, através do teatro, partes importantes do País(Minas e Rio) e suas respectivos valores na nossa formação. Esta jornada caminhará com 2 (dois) espetáculos teatrais de rua, do repertório do grupo, (Makunaíma na Terra de Pindorama e Das Saborosas Aventuras de Dom Quixote e seu fiel escudeiro, Sancho Pança), desde o interior de Minas até cidades do Estado do Rio de Janeiro. O projeto “Trajetos Heróicos: Estrada Real” percorrerá as seguintes cidades: Diamantina (MG), Ouro Preto (MG), Juiz de Fora (MG), Petrópolis (RJ) e Paraty (RJ). Além disso, será realizado um intercâmbio com 2 (dois) grupos - Peripatéticos (Ouro Preto – MG) e PB Arte e Movimento (Juiz de Fora - MG). As semelhanças nos costumes, o passado mineiro da maioria dos integrantes do grupo e a herança social e cultural deixada por estes migrantes(mineiros/cariocas) em nosso estado, aguçam a curiosidade e o desejo de caminhar nesta estrada. Um percurso importante para o entendimento dos processos que levaram o país a ser o que é hoje. Passos para fortalecer identidades! Com o descenso da produção de ouro em Minas Gerais na época do Império, bandeirantes partiram rumo ao interior do Brasil a procura de novas minas. Com isso deu-se a intensificação do processo de ocupação do que hoje chamamos Estado de Goiás. Mais a frente no tempo histórico, a abertura de estradas e ferrovias na década de 30 incrementou a chegada de mais migrantes. Rememorar os passos de tanta gente – escravos, bandeirantes e a realeza - com a apresentação destes espetáculos é uma necessidade eobjetivo do grupo. A possibilidade de troca de experiências que o teatro de rua pode propiciar, nos leva a crer que a verdadeira riqueza está nestes momentos: Caminhar pela Estrada Real em busca de trocas, vivências, histórias e aventuras. Ir à outro lugar disposto a dar novo significado ao passado de um Brasil reconhecidamente diverso, porém engendrado pelo constante movimento de pessoas. Migrar e assentar-se em outro espaço levando na bagagem tradições e costumes. Estas são as preciosidades procuradas! Sem a pecha de conquistadores ou desbravadores, o Teatro que Roda se lança nesta aventura com o seu teatro, despojados de qualquer título ou sesmaria, abertos para o contato com as pessoas destas cidades. Para que a aproximação aconteça contam com as possibilidades do “Teatro de Invasão”. Em outras palavras, acercam-se do público a partir de um teatro que invade a cidade, ocupando-a para re-significar edifícios, calçadas, praças e ruas. Desse modo, apropriam-se da silhueta urbana como dramaturgia capaz de propor jogos entre ela, atores e público. Esta “invasão” é proposta do Prof. Dr. André Carreira, diretor do grupo e discente da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Reforçando o sentido deste projeto, compreende-se que estar com Makunaíma na rua é compartilhar com o público o momento histórico atual. Clássico da literatura brasileira escrito por Mário de Andrade, Macunaíma é um livro que esmiuça as cisões na identidade nacional causadas pelo processo de modernização da vida. O Brasil deixando de ser rural para urbanizar-se. O herói da nossa gente, junto de seus irmãos, parte em uma aventura pela cidade para encontrar a Muiraquitã – representação da identidade nacional. Quando consegue de volta seu talismã, retorna à terra natal dando conta de que a vida não é mais a mesma: Todos os espaços atravessados pela modernidade. Assim, com este espetáculo dividem com o público as dores e alegrias dessa realidade que se estende até o momento presente para refletirem juntos sobre quem somos, com o que e como nos identificamos como povo brasileiro e como assumimos a realidade globalizada sem perdermos nossa identidade. Com “Das Saborosas Aventuras de Dom Quixote...” caminham por um tema universal. As interpretações acerca da loucura. O herói cervantino parte num périplo em busca de aventuras, porém, tudo o que vê e acredita, aos olhos de seu fiel escudeiro, são alucinações. Apesar disso, Sancho Pança não o abandona, participa de todas as lutas e incentiva o herói. Até onde lutamos pelo que acreditamos? A luta do povo brasileiro para sobreviver e a capacidade de invenção – o conhecido “jeitinho brasileiro” e a famosa “gambiarra” - podem pertencer a este momento de resistir e prosseguir na vida. Miguel de Cervantes nos dá a possibilidade de acreditar em sonhos. E assim, da mesma maneira, interpretando Dom Quixote, o grupo compartilhará estes sentimentos por onde atracar nesta viagem propiciada pelo projeto “Trajetos Heróicos: Estrada Real”. O momento “Um Dedo de Prosa” será o encontro do Grupo Teatro Que Roda com grupos da região para a troca de informações e procedimentos. Este instante visa o estreitamento de laços, o dimensionamento da prática teatral destes lugares e a discussão e intercâmbio de métodossegundo os princípios do “Teatro de Invasão”. Estes princípios serão apresentados através de jogos teatrais propostos pelaoficina “O Ator e um Teatro de Invasão” ministrada pelo coletivo de Goiás. Para que o projeto aconteça contamos com 8 (oito) pessoas, entre atores e técnicos. Esperamos atingir direta e indiretamente 4.000 pessoas. Os dois espetáculos têm a característica de deslocar-se pelo traçado urbano, e assim, potencializar a capacidade de atração do público com sua proposta estético-poética. Além disso, o “Um Dedo de Prosa” propiciará novos encontros para o fortalecimento de laços entre os grupos participantes e o Grupo Teatro que Roda. Isso é um instante gerador de expansão das redes de comunicação e compartilhamento de idéias e fazeres capaz de atingir mais pessoas, tanto presencialmente quanto pelas redes sociais. A execução do projeto está prevista para agosto de 2013.

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