Relembrando o encontro de 2013 – Minutos com um dos maiores artistas do mundo, um polonês com alma de brasileira

Morreu nesta quarta-feira (15) o artista plástico polonês Frans Krajcberg, de 96 anos, no Hospital Samaritano, em Botafogo, Zona Sul do Rio. Nascido na Polônia e radicado no Brasil, ele passou a maior parte da vida lutando contra a devastação das florestas brasileiras por meio de suas obras de arte.

Home » Relembrando o encontro de 2013 – Minutos com um dos maiores artistas do mundo, um polonês com alma de brasileira
Por Tino Ansaloni Publicado em 15/11/2017, 20:09 - Atualizado em 15/11/2017, 20:45
(Texto publicado em 04 de julho de 2013, as 16h 09min) No dia 04 de março de 2013, subindo pela ladeira da Cruz das Almas, sentido rodoviária de Ouro Preto, fui abordado pelo amigo Fotógrafo Antônio Laia e seu irmão, Lédio Laia, que se encontravam acompanhando um senhor, numa visita ao adro da Igreja de são Francisco de Paula, de onde se tem uma bela vista panorâmica de parte da cidade monumento. Grande foi minha surpresa ao ver naquele rosto já marcado pelo tempo, alguém que eu já poderia ter viso em algum lugar, em livros ou na televisão. Laia, entendendo meu espanto, logo afirma “Sim, é ele, o Frans. Sempre ele vem visitar Ouro Preto, cidade que ele ama” conclui Laia. Segurando um pouco meu lado fã, espantado e até mesmo em respeito à sua idade avançada, mas com um a vontade tamanha de dar um forte abraço, pedi que fizessem uma foto para eternizar esse momento. Eu estava ao lado de um dos maiores nomes das artes plásticas no mundo: Frans Krajcberg. O homem que chegou ao Brasil da Polônia, após perder toda a família na segunda guerra mundial, aqui se naturalizou. Suas obras são sempre voltadas para o protesto contra as mazelas do homem provocadas ao meio ambiente. Morou numa caverna, na cidade Itabirito, longe da civilização, de onde tirava as peças e a inspiração para suas criações. Frans Krajcberg viveu na década de 1950 numa caverna, no Pico da Cata Branca, na cidade de Itabirito, onde tomava banho num rio vizinho e era conhecido como o “barbudo da caverna”. Sem conforto e solitário, ali ele produzia, incessantemente suas gravuras e esculturas em pedra. Com 92 anos de idade, o artista também é um tremendo fotógrafo e diz que “seu eu sair gritando minha revolta pela ruas, vão me chamar de louco, então expresso o que penso na arte.” O artista mora desde 1972 na cidade de Nova Viçosa, Estado da Bahia, numa casa suspensa a 7 metros do chão, num pé de pequi, dentro do Sítio Natura, onde com as próprias mãos plantou mais de dez mil mudas de espécies nativas. O encontro foi muito rápido, porém muito valioso. O artista estava de passagem rapidamente pela cidade, para, claro, fazer algumas fotos de Ouro Preto-MG. Tino Ansaloni

Deixar Um Comentário