Kuruzu ganha cargo no governo do PSDB em Ouro Preto e pode ser expulso do PT

Por Tino Ansaloni Publicado em 17/01/2013, 11:21 - Atualizado em 17/01/2013, 11:48

Foto: Kuruzu-PT assina termo de posse como secretário no governo de José Leandro-PSDB - Foto-Tino Ansaloni Curta no www.facebook.com/jornalvozativa Siga no twitter.com/jornalvozativa Durante a campanha eleitoral de 2012, pouco se via o candidato a vereador Vanderlei Rossi Júnior Kuruzu nos palanques e eventos da Coligação “Compromisso e Juventude com a Força do Povo” que tinha como candidato a prefeito, o médico Dimas Dutra - PR (Partido da República), terceiro colocado nas eleições e como vice o advogado Guido Coutinho - PT (Partido dos Trabalhadores) do qual Kuruzu é uma das lideranças. A coligação era composta ainda por PMDB, PV, PSD e PSCD. O fato causou a insatisfação e estranheza por parte da população e principalmente dos membros da Executiva Municipal do PT em Ouro Preto, dando a entender que Kuruzu estaria tendo atitude antiética, sendo candidato pelo PT, partido que ajudou a projetar na cidade e curiosamente tendo ligações com o candidato José Leandro Filho do PSDB, assim como alguns outros filiados do PT, coincidentemente o mesmo grupo que tinha perdido as prévias internas no partido, quando este decidiu pelo apoio ao Dr. Dimas. José Leandro (PSDB) venceu as eleições e, segundo membros do partido, em momento algum chamou a direção municipal do PT para qualquer tipo de conversa, assim como a direção da sigla jamais procurou o prefeito eleito, no entanto, José Leandro nomeou Kuruzu secretário de Assistência Social e Cidadania à revelia do PT, dizendo que estaria prestigiando o partido. “Kuruzu não se fez de rogado e aceitou prontamente o convite sem levar o assunto para dentro do PT.” afirmam membros da direção do PT em Ouro Preto. No último dia 13, portanto, a Executiva Municipal do Partido, em reunião, redigiu a resolução 01/2013 que dispõe sobre política de alianças partidárias do Partido dos Trabalhadores de Ouro Preto. Em seu artigo 1º, o documento diz que “O Partido dos Trabalhadores de Ouro Preto fará oposição aos partidos políticos contrários ao projeto democrático popular do PT, em especial os partidos PSDB, DEM e PPS.” E continua no artigo 2º “É vedada a participação de filiados do partido em cargos comissionados de administrações públicas governadas pelo PSDB, DEM e PPS em nível municipal.” A resolução, mantendo o pulso firme tradicional do PT respaldada por seu estatuto ainda diz em seu artigo 3º que “a participação de filiados em administrações do PSDB, DEM e PPS será considerada infração grave ao Estatuto e ao Código de Ética do Partido”. A resolução ainda determina “prazo de 7(sete) dias para que o filiado que estiver ocupando cargo em administração pública, em nível municipal, governada pelo PSDB, DEM e PPS, se desligue da administração.” Caso isso não ocorra, o fato, considerado infração grave, incorrerá na expulsão do filiado com o cancelamento de sua filiação, de acordo com o artigo 228º VIII do Estatuto do PT. A Executiva Municipal aprovou a Resolução mencionada por 6 (seis) votos a 3 (três), e ainda convocou o Diretório Municipal para reunião na sexta-feira, 18 de janeiro, às 19 horas na Rua Francisco Pignatario, nº67, Bairro Bauxita, no Sindicato dos Metalúrgicos São Julião. A pauta é especificamente para a aprovação da mesma Resolução, agora pelo Diretório. Segundo o Presidente do partido em Ouro Preto, Aguinaldo Antônio da Conceição, a primeira atitude foi afastar o Kuruzu da Executiva, conforme determina o Estatuto em seu art. 33. Ainda assim, ele participou da reunião da Executiva com direito a voz. O presidente do partido ainda afirmou que caso a Resolução seja aprovada pelo Diretório, procederá exatamente como consta no documento. Oficializará os filiados (6 no total) que ocupam cargos comissionados no governo do PSDB municipal, informando-os que eles terão 7(sete) dias para entregarem os cargos ou se desfiliarem. Caso isso não ocorra poderão ser expulsos conforme assevera a Resolução. Evidentemente, todos os envolvidos poderão se defender, recorrendo às instâncias superiores no intuito de reverter a decisão.