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Moradores e comerciantes do Bairro Rosário protestam em Ouro Preto-MG

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Por Tino Ansaloni Publicado em 23/10/2012, 19:34 - Atualizado em 24/10/2012, 13:58
Protestos criativos e pertinentes. Esta foi a forma encontrada por moradores do Bairro Rosário para chamar a atenção das autoridades diante da situação de insegurança que surgiu após obra de reforma realizada na Ponte do Rosário. O cruzamento das Ruas Bernardo Guimarães, Alvarenga e Travessa Domingos Vidal ficou totalmente alagado com a forte chuva de sábado, dia 13 de outubro. Segundo moradores, a situação se complicou depois da obra de reforma do calçamento e do sistema de escoamento de água das chuvas na ponte histórica. O local teve o relevo, que propiciava a queda total da água que desce da Rua Alvarenga para o Córrego Caquende alterado, além de ter sofrido a instalação de grades na altura da calçada, portanto acima do nível onde passa grande volume de água. O resultado é que a água acumula no cruzamento das ruas, somada com outra grande quantidade que desce da recém reformada Rua Tomé Afonso, no Bairro Água Limpa. No mesmo sábado foi observada grande quantidade de água descendo da Tomé Afonso, sem que os bueiros ali reinstalados dessem conta de escoar. Para os moradores e comerciantes isso é um motivo de grande preocupação, pois, a soma desses fatores, em momentos de chuvas fortes, pode significar alagamentos novamente. A ponte histórica foi entregue reformada para a comunidade em 30 de junho de 2006, após quatro meses de trabalhos. Os recursos da ordem de R$ 101.272,35 teve 30% do valor investido pela prefeitura. O restante foi destinado pelo Programa Monumenta do Ministério da Cultura, com financiamento do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) Os serviços executados na ponte foram a remoção de calçamentos e passeios, reforço do piso com concreto armado, amarração das pedras de cantaria do parapeito, recuperação do sistema de drenagem, reassentamento do meio-fio (entre o passeio e calçamento) e do calçamento em paralelepípedos. A ponte foi construída em 1753 e hoje é considerada a segunda em maior volume de tráfego da cidade. Para Elton de Souza Alves, o Tatu, dono do Rosários Bar, tradicional comerciante do bairro, foi a terceira inundação após a reforma da ponte. Ele questiona a qualidade e funcionalidade da reforma. Os moradores relembram quando havia um desnível original no calçamento e uma abertura de aproximadamente quatro metros de extensão por onde toda água era escoada. Normalmente que essa abertura foi feita quando da construção da ponte e naquela época o movimento de veículos não existia, o que permitia que os pedestres transitassem livremente pela rua, desviando da abertura na calçada da ponte. “De qualquer forma, a prefeitura deveria ter pensado em outra solução”, questiona Elton. Outro morador que questiona a funcionalidade da reforma é José Eustáquio Fortes Monteiro, morador da Rua Bernardo Guimarães há 59 anos. Ele não concorda com os bueiros acima do nível do calçamento e idealizou um cartaz onde, com certo teor de ironia pede para que a “água para caia no lugar certo”. Peluca, como é conhecido no bairro, criou um alçapão no corredor de entrada de sua casa, já prevendo outros problemas, após a inundação do início do ano de 1997, quando houve o rompimento de represa na Rua Padre Rolim, trazendo muitos prejuízos para a região. O alçapão do Peluca foi novamente usado no dia 13 de outubro de 2012. Outra manifestação foi feita em forma de faixa com dizeres direcionados ao IPHAM-Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que aprovou o projeto que não satisfez a população local. Os proprietários da Padaria do Dico, tradicional estabelecimento existente no bairro também tiveram prejuízos com a inundação recente e outras já acontecidas. A comunidade espera uma ação rápida e eficiente da prefeitura de Ouro Preto para a solução do problema.

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