Exoneração daqueles que fazem oposição para o bem do povo e a neutralidade da prefeitura no processo eleitoral?

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Por Tino Ansaloni Publicado em 13/06/2012, 22:54 - Atualizado em 13/06/2012, 22:54
Palavras devem ser medidas o tempo todo porque, como já diziam os nossos antepassados, pedras jogadas, palavras ditas e tempo perdido não mais retornam à origem. Acabei de ouvir o áudio quando o atual prefeito de Ouro Preto explica que a exoneração de alguns assessores e secretários foi necessária porque dois pré-candidatos a prefeitos de Ouro Preto já estão vinculados à Prefeitura. Isso não é real. O único pré-candidato que se vincula à prefeitura é exatamente o vice-prefeito de Angelo Oswaldo, conhecido na região como Dr. Dimas. O vice-prefeito, de alguma forma, foi um dos maiores responsáveis pela reeleição do atual prefeito, uma vez que os cidadãos eleitores dos distritos, principalmente os vinculados à área de Cachoeira do Campo, já conheciam o Doutor e nele votaram, fazendo com que o candidato a prefeito também se elegesse. O PR - Partido da República, em coligação com outros partidos, levou Angelo a se tornar prefeito de Ouro Preto pelo segundo pleito respectivamente. Agora, o vice representa oposição, por mais estranho que isto se pareça, e acaba de dizer a todos que tiveram acesso ao áudio-resposta ou ao discurso amplamente divulgado na imprensa que se sente traído quando foi fiel o tempo todo àquilo que se propôs. Bem, e o segundo candidato ligado à Prefeitura a que o prefeito se refere? Não existe. Ele é um vereador, conhecido por todos como Júlio Pimenta. E como vereador, ele não executa obras, ele faz parte da Câmara, ou seja, é vinculado à Câmara. Talvez seja por isso que embora a oratória pareça verídica e possa até enganar o povo, só um candidato se sinta ferido e magoado, dizendo-se traído e vendo traídos os seus partidários. Foram exonerados apenas assessores e secretários vinculados ao vice-prefeito, atual pré-candidato a prefeitura de Ouro Preto. O prefeito falhou no discurso. Devia ter dito que, para permitir maior liberdade eleitoral aos cidadãos, exonerou apenas aqueles que já haviam deliberado pela oposição. Se quisesse, ainda, manter a proposta de seu texto, exoneraria, com certeza, também assessores e secretários vinculados ao Júlio, o que não aconteceu. O que é isso, Senhor Prefeito? Como se explica esta falha imensa por parte de alguém que já conhece tanto a estratégia da política? É estarrecedor ouvir o segundo áudio, a resposta do vice. Diz ele não ter sido chamado para qualquer diálogo pelo prefeito, a quem ele substitui nas ausências, por quem ele assina quando há vazios no gabinete. Diz ele perceber que há intuito em ferir aqueles que o apoiam na pré-campanha. Por que isso, meus senhores? Uma outra pergunta, antiga, vem agora à minha mente: o que seria do azul se todos amassem o cor-de-rosa? Numa boa comparação, o que seria da oposição (ou da situação) se uma ou outra não houvesse? Para que serviria a política se não existissem os dois lados? Por fim, e retornando ao título da matéria, onde entra a neutralidade da Prefeitura se só um lado foi afetado, exatamente a oposição? E por que calar a oposição representa o bem do povo? Senhores candidatos a vereadores(as) e a prefeitos: inspirem-se em Maquiavel, quando este ensina ao príncipe que o verdadeiro soberano é temido pelos inimigos e amado pelos amigos. Ser temido impõe respeito e ser amado, confiança. Elisabeth Camilo

2 Comments

  1. Guilherme Bento. 17/06/2012 em 15:25- Responder

    Diante de um proceso político muitas das vezes não é levado em conta o companheirismo de autrora mas sempre o presente, isso faz parte do jogo , pode até não ser ético mas funciona como regra. Não se pode deixar decissões impotantes nas mãos de pessoas que já declararam abertamente contrário ao a idéias e opcões políticas do mandatário atual , do meu modo de ver isso não é uma ameaça nem perserguição política e sim uma quebra de confiança entre ambas as partes ,uma vez que tais cargos atendem cujo o nome de cargos de confiança.Seria mais viável se as pessoas que tiveram a decissão de apoiarem idéiologias políticascontrárias entregarem o cargo para evitarem tais constrangimentos
    Um grande abraço a minha amiga Elisabeth Camilo .
    Belo texto , parabéns sua coluna está enriquecendo ainda mais a qualidade deste jornal .

  2. JULIANO MATIAS 25/06/2012 em 10:05- Responder

    …As máscaras caem…um dia a verdade surge repentinamente…amizades, alianças, confianças são deixadas para trás…assim é a política…enquanto você me serve você é bom…mas ai de você se ousar questionar ou trazer outra visão…você não pode mais caminhar comigo…você está convidado a se retirar…os interesses do atual governo é manter seus aliados no poder e as estratégias para tal projeto são evidenciadas nas exonerações ocorridas…mas, por outro lado há o povo que precisa enxergar além dos fatos…ler por trás das palavras…ouvir e discernir as situações para interpretar melhor e dar a resposta em tempo oportuno…Deus tudo vê…tudo sabe…aos eleitores fica o alerta e que Deus ilumine cada eleitor para votar com sabedoria e uma nova história seja escrita de fato e de verdade com páginas repletas de justiça social e uma Ouro Preto melhor.
    Que Deus abençoe a todos em nome de Jesus Cristo!!! Um grande abraço de Juliano Matias – Cidadão ouropretano (Capelão Evangélico, Teólogo e Ex Conselheiro Tutelar de Ouro Preto).

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