O Voo da Tartaruga – Livro de escritor ouro-pretano será lançado em 02 de junho

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Por Tino Ansaloni Publicado em 25/05/2012, 18:44 - Atualizado em 26/05/2012, 15:16
Quando li o título pela primeira vez, logo me veio uma lembrança infantil: a fábula que narra a saga de um jabuti que quer ir a uma festa no céu. E consegue, quando adentra num violão pertencente a uma ave. A lição é farta: quando se quer, tudo se consegue. José Efigênio Pinto Coelho, membro da Academia Ouro-Pretana de Letras, escritor, pintor, atleta, amante de Ouro Preto e da cultura em geral, diz que a origem surgiu em uma manhã, quando ele acordou inspirado... o título o perseguia. E o “filho” agora está pronto... O livro é recheado de magia, traduzida em um conjunto de textos enriquecidos com conhecimento do escritor (narrativas de vida), pesquisa profunda principalmente sobre a história cultural de nossas cidades históricas e um convite incessante para verificação dos fatos na história e na atualidade. O leitor vai viajar em cada capítulo, talvez nele se encontrar. A proposta é exatamente esta: exigir do leitor que ele reconheça nas crônicas, nos contos e nos ensaios, algo que ele já conhecia, desejava conhecer ou tinha curiosidade. Não há necessidade de se ler a obra toda de uma vez. Pode-se ler capítulo após capítulo, porque eles têm início, meio e fim. Na verdade, o autor é um voyeur, um curioso nato, que coloca nas páginas de um livro o que ficou guardado em sua memória e o que ele descobriu através de longos anos de pesquisa sobre diversos temas. O leitor não precisa ser uma pessoa com características acadêmicas especiais: o único requisito necessário é que ele pense sobre o que lê, que ele busque ampliar sua visão sobre coisas pequenas, mas cheias de significado, que ele amplie sua percepção das coisas materiais e imateriais. Embora o livro seja amplamente filosófico, não é um livro que foi escrito apenas para alguns privilegiados, uma vez que sua interdisciplinaridade e sua transdisciplinaridade são aparentes. Rico em metalinguagem (autoexplicativo), cheio de ironias e metáforas, agradará a muitos tipos de leitores, principalmente aqueles interessados na história e nas tradições das cidades históricas de Minas Gerais. Será lançado no dia 02 de junho, na Casa dos Contos, a partir das 20 horas e todos estão convidados. Apenas para um leve deguste da obra, transcreveremos um trecho do primeiro capítulo: “Dos seres deste planeta, a tartaruga é um dos mais especiais. Carrega sua habitação, tem vida longa, não tem pressa, não vive em sociedade, não tem família, não esquece a terra de origem, não duvida da vida, reproduz sem medo, nasce sozinha, independente até na hora do nascimento, não conhece pai e mãe. Mas dentro da água é outro ser. Nada com perfeição, conhece mares e rios, é rápida, elegante, dinâmica, velocista e fundista, percorre milhares de quilômetros, até que um dia, após anos, ela retorna ao mesmo lugar onde nasceu e deixa seus ovos. Memória universal, cheia de segredos. Esse livro é mais ou menos assim, tem textos de muitos anos, que arrastaram-se como se não fossem chegar a lugar algum. Outros saíram rápidos, coisa de uma hora ou mesmo uma noite. Alguns parecem pequenos, mas passei anos confeccionando. Outros se tornaram a minha própria vida. Como a tartaruga, a velocidade é relativa ao meio. Em terra é lenta, na água voa, abre os membros e deixa a cauda como leme. O mar é seu mundo. O que parece muitas vezes não é. Não basta um olhar para conhecer. Se não penetramos no mundo da tartaruga, corre-se o risco de tirar conclusões falaciosas. O mais importante é que a tartaruga sabe quem é”. A tempo: o prefácio da obra é de autoria de Rui Mourão, escritor e diretor do Museu da Inconfidência. Elisabeth Camilo

Um Comentário

  1. Malluh 31/05/2012 em 10:47- Responder

    Este livro deve ser a cara do ‘Zé Efigênio’: cheio de intrigantes histórias e provocador. Vou adorar lê-lo!
    Sucesso!!!

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