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“São também caras e bocas” por Maria Aparecida Pinto

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Por Tino Ansaloni Publicado em 14/05/2012, 13:02 - Atualizado em 20/05/2012, 14:59
A produção da indústria, esse ano, cresceu oito por cento. Um dos fatores, segundo especialistas, é a compra de maquinários com tecnologia de ponta. Devido ao processo calcula-se que 50 mil postos de trabalhos foram fechados. Advertência: esta nota é fictícia. Construção literária para os mais céticos. Não é verdade que a informação não possa sorrir para você, dar uma levantada de sobrancelhas ou mesmo um sorriso de tartaruga. Cotidianamente, dezenas de carinhas informam com suas expressões, com seus músculos em boa forma, com suas entonações sutis. Sutis? Você não pode ver meu rosto agora, perceber os músculos que se contraem e relaxam, não pode analisar a entonação da minha voz, criticar os trajes que uso ou avaliar o trabalho do meu cabeleireiro. Mas, tem acesso às minhas palavras. Às ironias, aos jogos de sentido, aos possíveis erros e às possíveis ideologias. Pode ler e reler. Buscar. Isto tudo vale para o jornalismo que se dá por meio de impressos. Pode-se imaginar, mas não se pode ver de verdade o repórter, o jornalista. Mas, o televisivo, o radiofônico e o webjornalismo permitem o aguçamento da audição e a afinação da crítica. Quem nunca se encontrou lendo algo e tendo que mudar a entonação de voz por descobrir que a frase é, inacreditavelmente, uma interrogação? Que reviravolta, não? Alguns podem achar questão de rotina. Vamos novamente... Quem nunca percebeu as mudanças de fisionomia que um repórter realiza ao dar uma notícia. Às vezes, inicia alegre e descobre que a notícia não deve ser motivo para tanta comemoração. Há momentos em que não se percebe a felicidade em questão e de súbito injeta-se alegria instantânea à fala. Mas não há como negar a reviravolta, as sobrancelhas entregam, os olhos e até mesmo o nariz. Casos inusitados ou polêmicos são exemplos mais evidentes. Por meio de feições condena-se, ri-se, ironiza-se... É impagável o balançar de cabeça em desaprovação ou na síntese popular: Era obvio que isto não iria prestar! Pode ser engraçado, porém informativo. E quando se percebe um momento para se tomar ar, depois da torrente de palavras. Ultrapassa, é didático. Maria Aparecida Pinto.

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